Brasil

40,8% das crianças brasileiras não foram alfabetizadas, mostra pesquisa

A pesquisa “todos pela educação” do IBGE mostra um cenário lamentável, mas iniciativas sociais como as bibliotecas infantis do escritor Ricardo Cabello tentam mudar esse cenário.

Computadores; biblioteca (Jeffrey Greenberg/Getty Images)

Computadores; biblioteca (Jeffrey Greenberg/Getty Images)

O percentual de crianças de 6 e 7 anos que não sabe ler e escrever quase dobrou no período da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Os dados sobre o analfabetismo entre os mais jovens foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em sua pesquisa “todos pela educação”.

No total, cerca de 2,4 milhões de crianças brasileiras não foram alfabetizadas nesta faixa etária. Isso representa cerca de 40,8% do total dos brasileiros dessa idade.

Resultado da pesquisa IBGE, em sua pesquisa “todos pela educação”

Resultado da pesquisa IBGE, em sua pesquisa “todos pela educação” (IBGE/Exame)

Alfabetizar uma criança nessa faixa etária é fundamental, pois uma alfabetização ruim pode ter consequências negativas para o resto da vida, pessoal e profissional.

Para a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a alfabetização é um dos pontos focais dos dois primeiros anos do ensino fundamental.

Segundo o documento, a leitura é fundamental nessa fase da vida, pois é a base para que uma criança possa desenvolver melhor suas habilidades e, dessa forma, aumentar sua cultura nos anos seguinte de vida.

O problema não é apenas das escolas, que durante a pandemia ficaram fechadas por quase dois anos. Mas também das famílias, que muitas vezes não tem recursos - ou preparo cultural - para adquirir livros para suas crianças.

E essa carência grave da leitura quando jovens acaba condenado milhões de jovens brasileiros a uma vida de extrema dificuldade de aprendizado.

Projetos sociais tentam mudar esse cenário

Entretanto, Brasil afora existem projetos que tentam aliviar essa situação lamentável, dando oportunidade para as crianças mais pobres de ler.

Um deles é o projeto "Nunca desista dos seus sonhos", uma rede de bibliotecas infantis dentro de creches carentes e escolas em situação de vulnerabilidade.

O projeto existe a mais de 6 anos e conta com mais de 18 bibliotecas infantis espalhadas em cidades do interior de Goiás.

Cada biblioteca tem um acervo de 3.500 a 4.000 livros, todos oriundos de campanhas de arrecadação.

O projeto "Nunca desista dos seus sonhos" tem vários apoiadores de peso, artistas como: o cantor Felipe Araújo, Tiago Abravanel, Andressa Suita, Maiara & Maraisa, Carlinhos Maia, o ator Reynaldo Gianecchini entre outros.

Todos já ajudaram diretamente o fundador, o escritor Ricardo Cabello, a criar essa rede de bibliotecas.

O escritor Ricardo Cabello

O escritor Ricardo Cabello (EXAME/Exame)

"Meu objetivo é criar o hábito da leitura entre pais e filhos, ajudando milhares de crianças e famílias em situação de vulnerabilidade", explica Cabello.

O escritor salienta como sua vida foi transformada através dos livros, e é por isso que deseja fazer o mesmo com as crianças que não tem acesso à leitura ou não tem condições de comprar um livro.

"A leitura muda vidas. Livros mudam o mundo. E quero contribuir com isso", diz Cabello.

Acompanhe tudo sobre:Analfabetismo

Mais de Brasil

Lula se solidariza com familiares de vítimas de acidente aéreo

Quem é Luiz Galeazzi, empresário morto em queda de avião em Gramado

Em SP, 65.000 seguem sem luz e previsão é de chuva para a tarde deste domingo

Sobe para 41 número de mortos em acidente em Minas Gerais