Lula e Bolsonaro: chance maior de segundo turno (Ricardo Stuckert/Adenir Britto/PMSJC/Divulgação)
Carolina Riveira
Publicado em 12 de setembro de 2022 às 09h28.
Última atualização em 13 de setembro de 2022 às 00h37.
A vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno das eleições presidenciais chegou a seis pontos percentuais contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo nova rodada da pesquisa BTG/FSB divulgada nesta segunda-feira, 12. A diferença é a menor da série histórica na mesma sondagem.
Apesar da distância menor entre os candidatos líderes, a pesquisa mostra cenário de estabilidade. Desde a última sondagem, na semana passada, os dois candidatos oscilaram somente dentro da margem de erro (-1 ponto para Lula e +1 ponto para Bolsonaro). Os mais bem colocados da chamada "terceira via", Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), também oscilaram para cima, ganhando um ponto cada.
Na pesquisa estimulada, quando os nomes dos candidatos são apresentados, no primeiro turno:
A pesquisa é do Instituto FSB, encomendada pelo banco BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME). O Instituto FSB ouviu, por telefone, 2.000 pessoas entre os dias 09 e 11 de setembro.
A pesquisa está registrada no TSE sob o número BR-06321/2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e intervalo de confiança é de 95%.
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Nas regiões, Bolsonaro segue levando vantagem no Sudeste, onde ultrapassou Lula nas últimas pesquisas (37% a 34%). A região tem sido vista como crucial na eleição e é onde candidatos têm empregado alguns dos maiores esforços de campanha.
Pelo resultado, Lula tem 44% dos votos válidos e, assim, haveria um segundo turno no momento. Há três semanas, o ex-presidente tinha 49% dos votos válidos na mesma pesquisa. Para vencer no primeiro turno, um candidato precisa da maioria dos votos válidos, excluindo brancos e nulos (isto é, 50% dos votos válidos e mais um voto, ao menos).
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Na pergunta espontânea, quando os próprios entrevistados tiveram de apontar um nome escolhido, Lula oscilou -1 ponto e Bolsonaro se manteve estável em relação à semana passada. Tebet subiu +2 pontos e Ciro Gomes, +1 ponto.
A vantagem de Lula na espontânea também é de seis pontos contra Bolsonaro:
As intenções de voto também continuam estáveis no segundo turno. Lula e Bolsonaro oscilaram ambos -2 pontos na sondagem (enquanto quem respondeu que não vota subiu +2 pontos). A vantagem de Lula segue de 13 pontos percentuais.
Na pesquisa para o segundo turno, os resultados foram:
"Embora a diferença entre Lula e Bolsonaro tenha oscilado de 8pp para 6pp no primeiro turno, na simulação de segundo turno a distância se manteve em 13pp a favor do petista. E os números confirmam a tendência cada vez mais provável de termos segundo turno", disse em nota junto à pesquisa Marcelo Tokarski, sócio-diretor do Instituto FSB Pesquisa.
A pesquisa desta semana foi feita após os atos de 7 de setembro, com pouca mudança, já que as oscilações foram dentro da margem de erro.
Analistas da FSB apontam que o cenário, sobretudo diante da campanha eleitoral "antecipada" informalmente nos últimos meses, tem ficado estável, com eleitores de Lula e Bolsonaro já muito decididos.
Perguntados se poderiam mudar de voto até as eleições de outubro, 81% dos brasileiros afirmaram que "não", enquanto só 17% disseram que podem mudar. Entre eleitores de Lula e Bolsonaro, o percentual é de quase 90% que não mudariam mais de voto.
"No momento, a possibilidade de os eleitores de Ciro Gomes e Simone Tebet migrarem seus votos até o 1º turno é uma das poucas variáveis que podem alterar o jogo até o dia da eleição", diz André Jácomo, diretor do Instituto FSB Pesquisa.
Dentre os eleitores de Ciro Gomes, 34% disseram que podem mudar de voto e, em Tebet, 36%. Entre quem vota em outros candidatos, 57% disseram que podem mudar de voto.
Na busca pelos poucos eleitores que podem mudar de voto, Lula está ligeiramente melhor posicionado.