Filas de caminhões parados no trânsito, próximos do Porto de Santos (Claudio Rossi/EXAME.com/Exame)
Da Redação
Publicado em 12 de setembro de 2014 às 18h57.
Sorocaba - Pesquisa feita por uma concessionária de rodovias aponta que 13% dos motoristas de caminhão usam drogas à base de anfetaminas, conhecidas como rebites, para enfrentar longas jornadas de trabalho.
Em média, os motoristas ficam 20 horas longe de casa no mês e chegam a ficar 18 horas por dia no trânsito.
Um de cada quatro caminhoneiros não usa cinto de segurança - entre os passageiros do caminhão, 41% dispensam o equipamento. Já entre os motoristas de automóveis, o índice cai para 9%.
A concessionária do grupo Arteris ouviu 2.358 motoristas de caminhão entre os dias 18 e 20 de agosto deste ano em rodovias paulistas administradas pela companhia.
Durante as viagens, 76% deles dormem na cabine do próprio caminhão e apenas 7% usam hotéis. Entre os consultados, 24% já sofreram acidentes.
De acordo com Luciano Louzane, coordenador do Grupo Estratégico para Redução de Acidentes Rodoviários (Gerar) da concessionária, a ideia da pesquisa surgiu após se observar aumento de 28% no número de vítimas fatais em acidentes no primeiro semestre deste ano, comparando com 2013.
"Percebemos a relação entre mortes em acidentes e a falta de uso do cinto."
Também foram coletados dados sobre a saúde do caminhoneiro entre mais de três mil usuários do Viva Saúde, um projeto da Arteris para incentivar boas práticas entre os motoristas de caminhão.
Levantamento feito entre janeiro de 2013 e agosto de 2014 mostra que 36% dos abordados estavam obesos e outros 40% tinham sobrepeso.
Mais de 15% sofrem de hipertensão, 28% apresentam colesterol alto e 39% glicemia alta, fatores que elevam o risco de ataques cardíacos.
O estudo mostrou ainda que 12% estão na faixa mais alta na Escala de Sonolência de Epworth, o que indica risco 70% maior de sofrer acidente nas estradas. O fato de estarem a maior parte do tempo nas estradas dificulta o acesso de caminhoneiros a consultas médicas.
Procurado, o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos do Estado de São Paulo (Sindcamsp) não se manifestou sobre os resultados da pesquisa.