Brasil

Perícia da PF acha vestígios de Lula em sítio

O sítio é o ponto crucial dessa etapa da Lava Jato, a 24ª


	PF: o sítio é o ponto crucial dessa etapa da Lava Jato, a 24ª
 (Rovena Rosa / Agência Brasil)

PF: o sítio é o ponto crucial dessa etapa da Lava Jato, a 24ª (Rovena Rosa / Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de março de 2016 às 16h06.

São Paulo - Os peritos da Polícia Federal que vasculharam o sítio Santa Bárbara, localizado em Atibaia (SP), encontraram nas dependências da propriedade o que classificam de demandas específicas do ex-presidente Lula e de sua família - construções, ampliações, adaptações, reformas, instalações de itens de conforto, bem como uso de objetos decorativos personalizados.

Mas, opostamente, não identificaram quaisquer objetos de uso pessoal de Jonas Leite Suassuna Filho e de Fernando Bittar, empresários que, formalmente, segundo a defesa de Lula, são os proprietários do sítio.

Em um laudo de 67 páginas, ilustrado com 92 imagens, seis peritos do Setor Técnico Científico da PF respondem a doze quesitos da delegada Renata da Silva Rodrigues, que integra a força-tarefa da Operação Aletheia, desdobramento da Lava Jato que investiga Lula.

O sítio é o ponto crucial dessa etapa da Lava Jato, a 24ª.

Os investigadores suspeitam que Lula é o verdadeiro dono da área. Seus advogados afirmam que os donos são Bittar e Suassuna e que o petista apenas frequentava o sítio - o ex-presidente lá esteve pelo menos 111 vezes.

A perícia reforça a linha de investigação da PF, embora não seja conclusiva.

Em resposta ao quesito 11 (indícios de que o ex- presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria utilizando as dependências do sítio com animus domini?), os peritos anotaram: "Entendem que a análise de questões subjetivas de caráter jurídico, tais como o animus domini, deve ser realizada em conjunto com demais elementos eventualmente identificados no curso das investigações."

A perícia da PF vasculhou o Santa Bárbara no dia 4 de março, quando a Aletheia conduziu Lula à força para depor em uma sala no Aeroporto de Congonhas.

Os peritos criminais federais Alessandro Franus, João José de Castro Baptista Vallim, Igor Canesso Juraszek, José Antonio Schamne, Fernando Nadal e Luiz Spricigo Junior subscrevem o laudo.

Entre os objetos encontrados pelos peritos há dois cartões da OAS, empreiteira cujo dono, Léo Pinheiro, é amigo do ex-presidente e foi condenado a 16 anos e quatro meses de prisão na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro.

"Na varanda externa à porta voltada para a face norte da sala de estar, no interior de um cesto, junto a outros objetos, foram encontrados dois cartões, conforme demonstra a figura 58. O primeiro corresponde a um cartão de boas festas com logotipo da empresa OAS (figura 59) e ilustração específica.

O cartão estava acondicionado em envelope também com logotipo da empresa OAS e contendo etiquetas onde consta como remetente 'José Aldemário Pinheiro Filho' e como destinatário 'Excelentíssimo Senhor Presidente Luiz Inácio Lula da Silva', conforme ilustra a figura 60.

O segundo cartão, conforme manuscrito, tem como destinatária Dona Marisa."

A figura 59 do laudo mostra o cartão de Natal da OAS, com a mensagem construção de um mundo melhor.

Acompanhe tudo sobre:Empresas brasileirasLuiz Inácio Lula da SilvaOASOperação Lava JatoPersonalidadesPolícia FederalPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

PF convoca Mauro Cid a prestar novo depoimento na terça-feira

Justiça argentina ordena prisão de 61 brasileiros investigados por atos de 8 de janeiro

Ajuste fiscal não será 'serra elétrica' em gastos, diz Padilha

G20: Argentina quer impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração final