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Pela 1ª vez, Pazuello confirma negociação de doses da Coronavac

A informação da negociação havia sido divulgada ontem pelo governador do Pará, Helder Barbalho

Eduardo Pazuello (Aurélio Pereira/Divulgação)

Eduardo Pazuello (Aurélio Pereira/Divulgação)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 17 de dezembro de 2020 às 13h31.

Última atualização em 17 de dezembro de 2020 às 17h45.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, confirmou nesta quinta-feira que está em negociação pelas doses da Coranavac, vacina da chinesa Sinovac testada em parceria com o Instituto Butantan em São Paulo.

"Eu coloco aqui de uma forma muito clara: sim, nós temos um memorando de entendimento com o Butantan há mais de dois meses e meio. E estamos partindo para um contrato", disse Pazuello em sessão no Senado.

Na noite de ontem, circulou a informação de que o Ministério da Saúde iria comprar ainda nesta semana 46 milhões de doses da chinesa Coronavac, segundo afirmou o governador do Pará, Helder Barbalho. O valor seria equivalente a praticamente toda a produção de Coronavac do Butantan negociada pelo governo de São Paulo. 

Barbalho também disse que o acordo teria uma cláusula exigindo que a totalidade da produção da vacina pelo centro de pesquisa vinculado ao governo de São Paulo seja destinada para o plano de imunização federal.

Se confirmada, a exigência do governo federal quanto à cláusula poderia gerar desavenças com o governo paulista, que pretende vender a vacina diretamente a outros estados e exportar parte das doses, além de vacinar a população do próprio estado. 

Pazuello também estimou nesta quinta-feira que o Brasil terá 24,5 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 disponíveis em janeiro, a depender da regulação da Anvisa. O Brasil não tem data para começar a vacinação.

O governo federal tem acordo com AstraZeneca/Oxford (que será produzida em parceria com a Fiocruz) e com vacinas da Covax Facility, da ONU. Também está em negociação a compra de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer, mas apenas 2 milhões de doses chegariam no primeiro trimestre. A vacina já começou a ser aplicada em países como EUA e Reino Unido.

Segundo disse hoje o ministro, o governo espera receber cerca de 20 milhões de doses de vacinas em janeiro: 500.000 doses da Pfizer, 9 milhões da CoronaVac/Instituto Butantan e 15 milhões da parceria AstraZeneca/Fiocruz.

Segundo Pazuello, a quantidade de doses disponíveis irá subir em fevereiro para 37,5 milhões, e de março em diante ficará estável em 31 milhões por mês.

O ministro, que na véspera havia falado em iniciar a vacinação em fevereiro, não cravou um dia específico para o início da aplicação das doses na população, mas citou o mês de janeiro no Senado.

"A data exata é o mês de janeiro, pode ser 18 de janeiro, 20 de janeiro, mas se pudermos compreender que o processo diário vai nos dar a data", disse Pazuello em audiência no Senado. "Isso tudo depende do registro da Anvisa. O processo de registro é o que nos garante segurança e eficácia", disse. O governo de São Paulo também tem divulgado que teria a Coronavac pronta para aplicação em 25 de janeiro.

O governo federal apresentou na véspera o plano de imunização contra a covid-19, que incluiu pela primeira vez as doses da Coronavac, embora um acordo com o governo de São Paulo ainda não tenha sido fechado.

Ao todo, o Brasil tem 210 milhões de doses já contratadas da AstraZeneca/Oxford, a serem produzidas no Brasil pela Fiocruz, e mais 42,5 milhões de doses contratadas com a Covax. Além das 70 milhões de doses sendo negociadas com a Pfizer, o governo também negocia outras 38 milhões de doses da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, cuja vacina está em período de testes.

(Com Reuters)

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