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Pela 1ª vez, capital de SP perde para interior em novos casos de covid-19

Estado registrou o menor número de mortes diárias por covid-19 das últimas duas semanas e vê tendência de interiorização

Uso de máscara é obrigatório no transporte coletivo (Alexandre Schneider/Getty Images)

Uso de máscara é obrigatório no transporte coletivo (Alexandre Schneider/Getty Images)

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Clara Cerioni

Publicado em 22 de junho de 2020 às 14h49.

Última atualização em 22 de junho de 2020 às 15h21.

A covid-19 tem dado sinais de estabilização no estado de São Paulo e o número de novos casos está cada vez mais focado no interior do que na capital, de acordo com dados fornecidos na coletiva de imprensa desta segunda-feira, 22.

Pela primeira vez desde o início da pandemia, nos últimos sete dias a cidade de São Paulo registrou menos novos casos que o interior. Mas a capital ainda concentra a maior parte das infecções no acumulado, com 48,6% do total de 221.973. O interior tem 30,2% e a região metropolitana, 21,2%.

"Nos últimos sete dias o interior teve 14,5% mais novos casos de covid-19 que a capital. Isso inverte o começo da pandemia. Peço uma atenção maior dos gestores públicos dos 606 municípios do interior", disse Marco Vinholi, secretário de Desenvolvimento Regional nesta segunda-feira. São Paulo já tem registros da doença em 600 das 645 cidades do estado.

Foi registrado nesta segunda-feira o menor número de mortes diárias por covid-19 das últimas duas semanas. Foram 46 óbitos em 24 horas, segundo dados da Secretaria da Saúde.

O estado tem um total de 12.634 vítimas e 221.973 casos confirmados da doença. A taxa de ocupação de leitos de UTI está em 65,6% no estado e em 68,8% na capital paulista.

De acordo com Carlos Carvalho, chefe do Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo, a projeção inicial era de que até o fim de junho, 18.000 pessoas morreriam de coronavírus. Com a desaceleração das mortes, o governo estima que sejam 16.000 óbitos até o fim do mês.

"Na média, olhando a semana passada, nós tivemos perto de 270 óbitos por dia. Para que chegue na nossa projeção de 18.000, teria de ter pelo menos 400 mortes por dia. Isso não tem ocorrido e espero que não ocorra. Nossa prospecção é de números menores no próximo mês também", disse ele em entrevista coletiva nesta segunda-feira no Palácio dos Bandeirantes.

Para Carvalho, está sendo possível controlar os casos de maior gravidade e assim evitar mortes. Além disso, também tem controlado a velocidade de contágio. "O uso da máscara é fator fundamental para controlar o avanço do vírus", afirmou.

Medidas

O governo não quis antecipar qualquer decisão relacionada à flexibilização da quarentena na cidade de São Paulo. Está prevista para a coletiva de sexta-feira, 26, o anúncio de uma possível passagem da fase 2 atual para a fase 3, que permitiria abertura limitada de bares e restaurantes.

O Plano São Paulo divide o estado em 17 regiões e estabelece fases de quarentena para cada uma delas levando em conta quesitos como taxa de isolamento, leitos de UTI e número de casos. A fase 1 é a mais restritiva, só com os serviços essenciais funcionando, e a fase 5, a de abertura total. As fases podem tanto avançar quanto retroceder.

Na semana passada, o governo do estado recomendou que Sorocaba e Campinas tomassem medidas mais restritivas de isolamento social, mesmo estando em uma fase do Plano São Paulo em que podem abrir o comércio e shoppings.

Na sexta-feira, 19, Campinas voltou a fechar o comércio de rua, shoppings e suspendeu as cirurgias eletivas da rede privada. O decreto entrou em vigor nesta segunda e tem validade até o domingo, 28.

O prefeito Jonas Donizette justificou a decisão pelo registro de 503 casos de covid-19 no período de dois dias. A cidade tem 5.459 infecções confirmadas e 211 mortes.

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