Recuperação judicial: o maior número de pedidos aconteceu em 2016 (Michał Chodyra/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 5 de fevereiro de 2024 às 12h14.
Última atualização em 5 de fevereiro de 2024 às 12h24.
Os pedidos de recuperação judicial saltaram em 2023 em 68,7% na comparação com o ano anterior, atingindo 1,4 mil pedidos, de acordo com informação divulgada pela Serasa Experian. Este foi o quarto maior número de pedidos já registrado desde 2005, quando a Serasa Experian iniciou a série histórica.
O maior número de pedidos de recuperação judicial aconteceu em 2016, quando 1,8 mil empresas recorreram à Justiça para se protegerem de seus credores. O número de pedidos atingiu a marca de 1,42 mil em 2017 e de 1,408 mil em 2018.
O ano de 2023 foi marcado pelos pedidos de recuperação de grandes empresas como Americanas, Light e Oi.
A expectativa de especialistas ouvidos pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) ainda em 2023 era de que este ano o número de reestruturações de dívida de empresas seguiria crescendo.
A Gol, por exemplo, já entrou com pedido de recuperação judicial, mas nos Estados Unidos.
"O ano passado foi marcado por um recorde de inadimplência das empresas, influenciando significativamente o panorama da recuperação judicial. Embora os sinais de melhoria tenham começado a surgir, como a queda da inflação e das taxas de juro a reação no cenário de recuperação judicial mostra-se mais lenta", comenta o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.
O setor de serviços puxou o número de pedidos de recuperações em 2023, com 651 pedidos, seguido por comércio, com 379 solicitações.
Em dezembro de 2023, foram registradas 102 requisições de recuperações judiciais, alta de 32,5% em relação ao mesmo mês de 2022. Na variação mensal, a indicação foi de queda de 41 7%.
Os pedidos de falências também tiveram alta em 2023: foram 983 pedidos ante 866 registrados em 2022, um aumento de 13,5%.
Foram as "micro e pequenas empresas" que puxaram a alta (546), seguidas pelas "médias" (231) e pelas grandes companhias (206).
O setor que mais demandou pelos pedidos foi o de serviços (373), seguido por indústria (311) e comércio (292).