O pedido de habeas corpus do ex-presidente foi feito ontem pela defesa dele (Adriano Machado/Reuters)
Clara Cerioni
Publicado em 22 de março de 2019 às 15h51.
Última atualização em 22 de março de 2019 às 17h10.
São Paulo — O desembargador Ivan Athié da 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) definiu para a próxima quarta-feira (27) a inclusão do pedido de liberdade do ex-presidente Michel Temer na pauta dos ministros. Inicialmente, a expectativa era que os recursos fossem julgados nesta sexta-feira (22).
No despacho, ele também determina que o juiz federal Marcelo Bretas se manifeste em 24 horas sobre o requerimento da defesa, que rebate a decisão do magistrado de prender o emedebista.
Além de Athiê, fazem parte do colegiado que analisará os habeas corpus, o desembargador Abel Gomes e o juiz federal convocado Vlamir Costa Magalhães.
Os advogados protocolaram o pedido de liberdade para Temer no final da tarde desta quinta (21). O pedido foi distribuído para Athié. Os defensores alegam que Temer em liberdade "não coloca em risco a instrução criminal, nem a aplicação da lei penal".
Temer foi preso nesta quinta-feira (21) em investigação que mira supostas propinas de R$ 1 milhão da Engevix no âmbito da Operação Descontaminação, desdobramento da Lava Jato.
Segundo investigações do Ministério Público Federal (MPF), o ex-presidente lidera uma organização criminosa no Rio de Janeiro que atua há mais de 40 anos. De acordo com os procuradores, os valores desviados pelo grupo são da ordem de 1,8 bilhão de reais.
Também foram detidos preventivamente o ex-ministro Moreira Franco (MDB), e outros 8 sob suspeita de intermediar as vantagens indevidas ao ex-presidente. Os emedebistas prestam depoimento ainda nesta sexta (22).