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Pazuello pode ganhar comando de programa de parcerias privadas

Nomeação do ministro da Saúde para área vinculada à Economia ainda tem resistência de Paulo Guedes

Ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello
 (EVARISTO SA / Colaborador/Getty Images)

Ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (EVARISTO SA / Colaborador/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 23 de março de 2021 às 12h21.

Última atualização em 23 de março de 2021 às 15h29.

Depois de dois adiamentos, o Palácio do Planalto marcou para quinta-feira a posse do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, mas o presidente Jair Bolsonaro ainda busca um espaço para Eduardo Pazuello, que surge agora como nome para coordenar o Programa de Parceria em Investimentos, disseram à Reuters fontes a par do assunto.

Queiroga, que é sócio de várias empresas médicas na Paraíba, precisava sair das sociedades para assumir de fato o ministério, de acordo com as regras da administração pública, processo que deve se encerrar a tempo da posse de quinta.

Segundo uma fonte próxima do presidente, Bolsonaro conversou na segunda-feira com Pazuello para informá-lo da sua exoneração, que deve ocorrer na quarta-feira.

O governo, no entanto, ainda não conseguiu encontrar um novo posto para o general. De acordo com uma fonte com conhecimento do assunto, a mais recente solução, apresentada pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, seria colocar Pazuello para coordenar o PPI, que cuida das concessões e privatizações do governo.

Embora em estágio avançado de negociação, a efetivação de Pazuello no PPI enfrenta ainda a resistência do ministro da Economia Paulo Guedes, que tenta não perder espaço. Atualmente, o órgão é vinculado ao Ministério da Economia, mas seria transferido para a Secretaria-Geral da Presidência, comanda por Onyx Lorenzoni, patrocinador da ida de Pazuello para o PPI.

Desde que voltou a despachar no Palácio do Planalto ao assumir a Secretaria-Geral no mês passado, Onyx trava uma disputa com Guedes pelo programa de parcerias. O órgão era vinculado à Casa Civil, quando era comandada por Onyx, mas foi transferida para Guedes em janeiro de 2020.

Uma mudança na coordenação, avalia essa fonte, pode desestruturar a área. "É resolver um problema criando outro."

Essa mudança, no entanto, não está definida, garante a fonte próxima do presidente. Segundo essa fonte, o mais provável sim é que Pazuello ganhe um cargo no Palácio do Planalto. Essa alternativa poderia ser a secretaria do PPI, que sairia da Economia, ou então uma secretaria especial.

Bolsonaro chegou a considerar a criação de um ministério para cuidar do desenvolvimento da Amazônia Legal, que teria sob seu guarda-chuva órgãos como a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), mas a ideia não foi adiante.

"Não tem como criar ministério nesse momento, não é uma boa. Já começaram a atacar essa ideia", disse à Reuters a fonte.

O ministério da Amazônia era a ideia preferida de Pazuello, que chegou a falar a auxiliares sobre a possibilidade. O atual ministro da Saúde é da região, tem família lá e pensa em um candidatura política pelo Amazonas.

A ideia, no entanto, foi de fato extremamente atacada, não apenas nas redes como no Congresso. Chegou ao Palácio do Planalto a informação de que a criação de um novo ministério, que precisa ser por medida provisória ou por projeto de lei, poderia não ser aprovada, disse uma terceira fonte.

Bolsonaro tenta decidir até quarta-feira a situação do atual ministro, para anunciá-la junto com a nomeação de Queiroga, mas segundo as fontes ouvidas pela Reuters ainda não há uma definição clara, apesar da ideia do PPI ter crescido.

General da ativa, se ficar sem cargo no governo Pazuello teria que voltar para o Exército e esperar um posto ficar vago. No entanto, de acordo com uma das fontes, o Exército não gostaria de ver o general, que se envolveu diretamente em várias crises no comando da Saúde e ficou com imagem de grande envolvimento com o lado político do governo, de volta às suas fileiras.

A ideia dos generais é que Pazuello fosse então imediatamente para a reserva. O ministro, no entanto, ainda teria três anos de serviço ativo e não quer ir para a reserva.

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