Paulo Roberto Costa: Essa será a terceira vez que Costa comparece ao Congresso Nacional para falar sobre o esquema de corrupção na estatal (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de maio de 2015 às 16h32.
Brasília - Condenado a sete anos e seis meses de reclusão por crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa depõe nesta tarde à CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados.
Costa está preso em regime domiciliar, mas mesmo com um ato da Mesa Diretora proibindo a oitiva de presos nas dependências da Câmara, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), autorizou a sessão. Cunha liberou o depoimento de todos os convocados que estiverem em prisão domiciliar. Costa depõe hoje na condição de investigado.
A oposição fez questão de chegar primeiro para assinar a lista que determina a ordem dos que farão perguntas ao depoente. A expectativa é de que Costa, desta vez, fale tudo o que sabe porque "não teria nada a perder". "Vai ser uma sessão quente", previu o vice-presidente da CPI, Antonio Imbassahy (PSDB-BA).
Essa é a terceira vez que Costa comparece ao Congresso Nacional para falar sobre o esquema de corrupção na estatal. No ano passado, o delator esteve na CPI do Senado e na CPI mista. Nesta participou de uma acareação com o ex-diretor da Área Internacional Nestor Cerveró. Nesta terça-feira, 5, o ex-diretor depõe como condenado pelos desvios de recursos públicos na construção da Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.
Pasadena
Em defesa apresentada ao Tribunal de Contas da União (TCU), o ex-diretor de Abastecimento responsabilizou a presidente Dilma Rousseff pela compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, em 2006. O TCU apontou prejuízo de US$ 792 milhões no negócio. A corte bloqueou bens de 10 dirigentes e ex-dirigentes da empresa, entre eles Costa.
O ex-diretor é responsabilizado por parte das perdas, no valor de US$ 580 milhões, por ter aprovado em valor superior ao que seria justo e desconsiderado riscos. Nos depoimentos prestados ao Ministério Público Federal, ele admitiu ter recebido propina para "não atrapalhar o negócio".