O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, toma posse, no Salão Oeste do Palácio do Planalto (Valter Campanato/Agência Brasil)
Agência O Globo
Publicado em 9 de janeiro de 2023 às 18h05.
O ministro-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, disse nesta segunda-feira suspeitar de “facilitação” e “cumplicidade” no acesso dos terroristas ao Palácio do Planalto neste domingo. De acordo com o ministro, o fato de as portas principais dos dois prédios estarem intactas, enquanto as do STF foram arrombadas, demonstra que o grupo pode ter recebido alguma orientação.
"Quem entrou no Palácio, conhecia o Palácio. Nada do que aconteceu aqui poderia ter acontecido sem que algum nível de facilitação, algum nível de cumplicidade tivesse ocorrido. Vocês podem observar que a porta principal, ela não foi quebrada. Então as pessoas entraram pela porta. No Congresso Nacional também a porta não foi danificada. Agora, no Supremo Tribunal Federal a porta foi destruída. Evidentemente que as investigações terão que demonstrar isso, porque eles podem ter entrado aqui e no Congresso Nacional pela porta principal", afirmou Pimenta a jornalistas.
O ministro ainda afirmou que os terroristas “escolheram alvos certos” dentro do Palácio, “sabiam o que estavam fazendo” e que uma parte “agiu com inteligência”. Pimenta disse ainda que algumas imagens e alguns vídeos corroboram com a versão e que servirão de provas nas investigações.
"Uma parte com inteligência foi à Sala das Armas do GSI, foram a Secom, foram à Abin. Levaram os HDs, muito HDs. [...] Parte das pessoas que estava aqui agiu com inteligência. Sabiam o que estavam fazendo", afirmou Pimenta, completando que o levantamento do patrimônio ainda está sendo feita.
Pimenta ainda foi questionado sobre a atuação do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e do Batalhão da Guarda Presidencial, responsáveis pela segurança do Palácio do Planalto, e sobre uma possível omissão dos agentes de segurança e militares. O ministro desviou, mas afirmou que será feita uma apuração de todas as condutas e que o processo já está em curso.
"Essa pergunta é uma pergunta que não é exatamente da maneira que está sendo colocada. Será feita uma apuração de todas as condutas. Nós temos uma apuração que envolve troca de informações sobre a inteligência do GSI, da Polícia Federal, de todos os órgãos que atuam na área de inteligência. Evidentemente que nós ainda estamos com o processo em curso, ninguém apura as coisas que aconteceram enquanto nós ainda estamos enfrentando uma tentativa de golpe. Nós estamos com situação que envolve refinarias, envolve outras coisas que são importantes. No momento que todas essas apurações foram feitas, com certeza o resultado delas será disponibilizado com todas as informações".
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