Logo da Petrobras (Divulgação/Divulgação)
Agência Brasil
Publicado em 13 de fevereiro de 2019 às 09h04.
Última atualização em 13 de fevereiro de 2019 às 10h00.
O presidente Jair Bolsonaro informou, pelo Twitter, que os patrocínios concedidos pela Petrobras estão sendo revistos. "Para maior transparência e melhor empregabilidade do dinheiro público, informamos que todos os patrocínios da Petrobras estão sob revisão, objetivando enfoque principal dos recursos para a educação infantil e manutenção do empregado à Orquesta Petrobras", escreveu o presidente.
Bolsonaro permanece internado no Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista, mas pode receber alta ainda esta semana.
Anteriormente, o governo já vinha criticando o patrocínio da estatal na área de cultura e afirmando que iria alterar esta política. A empresa deve romper contratos feitos por governos anteriores, sobretudo, com grandes grupos de teatro e cinema e com a imprensa profissional. Segundo o Estadão, no governo Bolsonaro, os investimentos devem ir para as redes sociais e artistas menos conhecidos.
A Petrobrás também deve diminuir o investimento em patrocínio ao esporte neste ano. A decisão foi tomada a partir da chegada de Roberto Castello Branco à presidência da estatal.
Uma de suas preocupações desde que assumiu o cargo é a redução de custos da empresa. Com isso, alguns projetos devem perder o apoio ou ter suas verbas diminuídas. Já o programa para atletas olímpicos e paralímpicos de alto rendimento não deve sofrer alterações.
Há pouco mais de um mês, a Petrobrás enviou nota ao Estado garantindo que a "estimativa de investimento em patrocínio esportivo para 2019, aprovada pela Diretoria Executiva, é de cerca de R$ 80 milhões", valor bem próximo ao do ano passado, quando gastou R$ 79,7 milhões em 11 grandes projetos.
Agora, o discurso mudou. "A Petrobrás está revendo sua política de patrocínios", explicou a estatal nesta semana.
Ainda não se sabe a dimensão desse possível corte na área esportiva, nem quais projetos seriam afetados pela diminuição das verbas caso isso ocorra.
No ano passado, os recursos financeiros foram para o Circuito Aqua, Rei e Rainha do Mar, Maratona Petrobrás de Revezamento, Petrobrás Rally Team, Fórmula SAE Brasil, SAE Baja, Stock Car, equipe McLaren de Fórmula 1, seletiva de Kart Petrobrás e GP do Brasil de F-1.
Além disso, ela montou o Time Petrobrás com 25 estrelas olímpicas e paralímpicas como Isaquias Queiroz (canoagem velocidade), Flávia Saraiva (ginástica artística), Marcus D'Almeida (tiro com arco), Maicon Andrade (tae kwon do), Fernando Reis (levantamento de peso), Martine Grael e Kahena Kunze (vela), Ágatha Bednarczuk e Duda Lisboa (vôlei de praia), Arthur Nory (ginástica artística), Emily Rosa (levantamento de peso), Ana Marcela Cunha (maratona aquática), Pedro Barros e Leticia Bufoni (skate), e Ian Gouveia (surfe).
Entre os atletas paralímpicos estão nomes consagrados como Daniel Dias (natação), Verônica Hipólito, Silvânia Costa e Petrúcio Ferreira (atletismo), e Antônio Tenório (judô).
A intenção é que esse patrocínio aos atletas de alto rendimento seja mantido até o final do ciclo olímpico e paralímpico, pois o incentivo ao grupo se destinava ao suporte até os Jogos de Tóquio, em 2020.
A Petrobrás não é a única estatal que está revisando seus gastos no esporte. Recentemente, os contratos dos Correios com algumas confederações esportivas nacionais, como a de Desportos Aquáticos, Rugby, Tênis e Handebol, terminaram ou se encerram nos próximos dias e não houve sinalização para renovação.
Entre as estatais, o único que por enquanto mantém a mesma previsão de investimento que fez no ano passado é o Banco do Brasil.
Em 2018, ele colocou R$ 55,7 milhões no patrocínio esportivo na Confederação Brasileira de Vôlei, na Confederação Brasileira de Handebol, além de apoio a atletas do vôlei de praia, ao piloto Felipe Nasr e ao velejador Robert Scheidt, que espera uma renovação em breve.
"Tenho acordo firmado até abril desse ano, mas já mostraram intenção de continuar para a campanha olímpica."