O chanceler Antonio Patriota: diálogo com Argentina deve focar em economia e comércio (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 10 de janeiro de 2011 às 07h19.
Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, passa o dia hoje (10) em Buenos Aires, na Argentina. A viagem faz parte das negociações sobre o início da agenda internacional da presidente Dilma Rousseff.
Patriota conversa com a presidente Cristina Kirchner e o ministro das Relações Exteriores argentino, Héctor Timerman. No próximo dia 31, Dilma desembarca em Buenos Aires.
Como avisou no discurso de posse, Dilma quer dar prioridade à política regional na América do Sul e no Caribe. Tanto é que até março ela reservou espaço na agenda para viagens ao Paraguai, Uruguai e Peru. Na região, a Argentina é o principal país parceiro comercial.
O Brasil é o principal destino das exportações argentinas e o principal fornecedor do país. Em 2010, o intercâmbio chegou a US$ 32,9 bilhões, superando a marca histórica de US$ 30,8 bilhões - registrada em 2008. O comércio bilateral é caracterizado, sobretudo, pelo elevado índice de produtos industrializados de alto valor agregado, refletindo a integração crescente de cadeias produtivas entre os dois países.
No caso das relações Brasil e Argentina, o diálogo deve ser dominado por conversas nas áreas econômica e comercial, segundo assessores. Porém, a Argentina vive um momento político e econômico delicado. No fim do ano passado, houve desabastecimento de combustíveis e faltaram produtos nas prateleiras dos supermercados. Houve ainda apagões em algumas cidades. Em outubro, há eleições presidenciais no país e a corrida já começou.
De acordo com o Itamaraty, Patriota e Timerman devem discutir as próximas ações no Mecanismo de Integração e Coordenação Brasil-Argentina (Micba). A ideia é manter as reuniões presidenciais semestrais. Também devem conversar sobre os foros regionais e multilaterais, como o Mercosul e a União das Nações Sul-Americanas (Unasul).
A visita de Patriota ocorre dois dias antes de a Argentina assumir a presidência do chamado G77 mais a China. O grupo, formado por países em desenvolvimento, foi criado em 1964 com o objetivo de manter a coordenação das ações de articuação sobre interesses econômicos e comerciais em bloco. Uma das prioridades é a busca por acordos mais justos nas relações Sul-Sul.