Pastor Everaldo em campanha no bairro onde nasceu, Acari, na zona norte do Rio de Janeiro (Reprodução/Facebook oficial Pastor Everaldo)
Da Redação
Publicado em 1 de agosto de 2014 às 16h55.
São Paulo - Everaldo Dias Pereira, 56 anos, nascido dentro de um templo da Assembleia de Deus no Rio de Janeiro, é o primeiro candidato a presidente a usar o nome de "Pastor" na urna.
Apesar do título e de sua história ligada à religião, Pastor Everaldo se apressa em dizer que não é candidato apenas dos evangélicos.
"Sou um candidato do Partido Social Cristão. 'Evangélicos' não é um partido político, então não existe um candidato dos evangélicos. Existe o candidato do PSC que é um evangélico que não abre mão e não nega sua fé", afirma o candidato, ressaltando que o uso do nome "Pastor" na urna não foi planejado.
"Sou conhecido assim desde que minha vida política começou. Pastor Everaldo, é o meu nome."
Escolhido pelo PSC ainda em 2011, Everaldo afirma que sua candidatura busca representar "74% da população brasileira que quer mudança" e reconhece que a conturbada passagem do deputado Marco Feliciano (PSC) pela presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara deu notoriedade ao partido.
"Foi muito bom porque a sociedade passou a conhecer o PSC e a clareza com que defendemos o que acreditamos.
Mais de 80% são contra o aborto, é a sociedade brasileira, não é uma coisa de religiosos, de evangélicos", afirmou, dizendo que Feliciano foi um ""marco divisor" para a legenda.
O pastor define-se como conservador no sentido moral e liberal no sentido econômico.
"Somos conservadores no sentido moral, dos costumes, da boa tradição brasileira e liberais no mercado. Tem que trabalhar, o Estado tem que tirar a mão de cima", explicou, criticando a alta carga tributária do Brasil.
Segundo ele, os brasileiros querem alguém que "fale claramente aquilo que defende".
"Não é falar uma coisa e praticar outra. Eu respondo pelo PSC, que é transparente", diz, recusando-se a comentar a falta de posicionamento de seus adversários sobre os temas polêmicos para o público evangélico, como aborto e união homoafetiva.
Everaldo não conta como "automático" o apoio evangélico à sua candidatura. Diz que pede o voto de todos, mas não negocia apoio.
"Eu era evangélico e na eleição passada não votei em uma candidata evangélica (Marina Silva). Evangélicos têm liberdade, sabem raciocinar e escolher o melhor para o País".