Parque Nacional da Chapada dos Guimarães: Criado em 1989, o parque fica entre as cidades de Cuiabá e Chapada dos Guimarães (MT) e tem uma área de 32.630 hectares, ou seja, 326 km² (D`Laila Borges/Sedec/Governo do Mato GrossoO/Divulgação)
Agência O Globo
Publicado em 23 de dezembro de 2022 às 08h59.
O governo de Jair Bolsonaro (PL) realizou nesta quinta-feira um leilão para conceder à iniciativa privada o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (MT) por 30 anos. Apenas uma empresa fez proposta pelo ativo: trata-se da Parquetur, por meio da Parques FIP em Infraestrutura, que pagará outorga de R$ 1,009 milhão pelo ativo, o que representa um ágio de 9%.
O leilão é a oitava concessão de parques realizada pelo governo federal e o projeto foi desenhado pelo BNDES. O certame é o último realizado pelo banco estatal na gestão de Bolsonaro.
Com a concessão, a responsabilidade pela conservação do parque passará às mãos da iniciativa privada por três décadas e, como contrapartida, a concessionária poderá cobrar entradas de visitantes, cujo preço inicial será de R$ 30. Hoje, a consevação está a cargo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a entrada é gratuita.
A Parquetur, criada em 2015, administra hoje os parques da Chapada dos Veadeiros (GO) e Caminhos do Mar, em São Bernardo do Campo (SP). Na última quinta-feira, a empresa também venceu o leilão dos parques estaduais mineiros de Itacolomi e Ibitipoca. A empresa também recebeu nesta sexta o aval para ser a concessionária do Parque Nacional do Itatiaia, segundo Pedro Cleto, sócio da concessionária.
A concessão, promovida pelos ministérios do Meio Ambiente, do Turismo e pelo ICMBio, prevê a realização de R$ 18,5 milhões em investimentos e estima os custos de manutenção ao longo do contrato em R$ 201 milhões.
Pedro Cleto afirma que a Parquetur deverá fazer na Chapada dos Guimarães o que chama de "feijão com arroz bem feito": instalação de banheiros aos visitantes, sinalização no parque, mapas e um sistema de agendamento virtual de visitas estão entre as melhorias previstas.
— O Parque Nacional da Chapada dos Guimarães é um excelente ativo, mas hoje não tem um olhar voltado ao turista porque o ICMBio não tem estrutura para fazer os investimentos — afirma Cleto.
O ingresso a ser cobrado dos visitantes, segundo o executivo, será escalonado, com reajustes anuais previstos. Do 1º ao 12º mês de contrato, por exemplo, a tarifa prevista é de R$ 30. O valor deverá subir a cada ano até chegar ao preço fixo de R$ 100 a ser cobrado a partir do quarto ano da concessão.
Criado em 1989, o parque fica entre as cidades de Cuiabá e Chapada dos Guimarães (MT) e tem uma área de 32.630 hectares, ou seja, 326 km². O parque está em uma área do Cerrado brasileiro, considerado o segundo maior bioma do país, e abriga hoje 659 espécies conhecidas de vegetais, 44 de peixes, 242 de aves e 76 de mamíferos.
De acordo com o ICMBio, o parque protege dez tipos diferentes de vegetação do Cerrado e é um local em que estão presentes diversas formações geológicas, inclusive áreas de origem desértica e marinhas.