Brasil

Parques de SP adotam "ilhas de distanciamento" para evitar aglomerações

Marcas foram feitas nos gramados do Ibirapuera, do Povo e do Burle Marx, na zona sul, do Carmo, na zona leste

Ibirapuera; os parques estão funcionando em horário restrito, das 10 às 16 horas, e exclusivamente em dias úteis (Amanda Perobelli/Reuters)

Ibirapuera; os parques estão funcionando em horário restrito, das 10 às 16 horas, e exclusivamente em dias úteis (Amanda Perobelli/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de julho de 2020 às 20h50.

Última atualização em 23 de julho de 2020 às 21h05.

Um homem tirava um cochilo, um rapaz lia um livro, uma ciclista tomava sol de braços bem abertos e crianças brincavam sob os olhos dos responsáveis. Todos aproveitavam as últimas horas da manhã em São Paulo, mas de uma forma até poucos meses atrás impensável, na pré-pandemia: distanciados por marcações de círculos no chão.

Dos 70 parques municipais reabertos na capital paulista há 11 dias, as marcas foram feitas nos gramados dos parques do Ibirapuera, do Povo e do Burle Marx, na zona sul, e no Parque do Carmo, na zona leste. A proposta é criar "bolhas" de convivência para indivíduos e pequenos grupos e, assim, evitar aglomerações e contatos com pessoas de outros círculos sociais.

A iniciativa é inspirada em exemplos internacionais, de parques em Nova York, Lisboa, Düsseldorf, Milão e outros. Em Bristol, na Inglaterra, ela até foi adaptada para virar um conjunto de grandes corações. O modelo mais tradicional também é replicado no Brasil, em cidades como Porto Alegre, Vitória, Santo André e São José dos Campos.

Médico da Clínica de Epidemiologia do Hospital Universitário da USP, Marcio Sommer Bittencourt aprova a ideia dar marcações por ser "educativa". "Faz sentido desenhar os limites, assim como em uma fila de mercado", aponta.

"O que preocupa é as pessoas entenderem o que pode fazer no parque, como se portar", acrescenta. Por isso, ele destaca a necessidade de ações educativas para os frequentadores permanecerem afastados, longe de aglomerações, em locais abertos com o uso da máscara e a higiene correta das mãos.

Bittencourt também destaca que o convívio coletivo nesses casos é indicado para pessoas da mesma "bolha social", isto é, que já têm contato próximo, como familiares e cônjuges, por exemplo. "Não dá para juntar dez pessoas de bolhas diferentes só porque elas não têm sintomas."

Os parques estão funcionando em horário restrito, das 10 às 16 horas, e exclusivamente em dias úteis. Com exceção do Ibirapuera e do Carmo, que abrem mais cedo, às 6 horas.

As unidades municipais receberam 246.551 visitantes na reabertura da reabertura até quarta-feira, 22. Estão vetados aglomerações, eventos coletivos e uso de parquinhos infantis e bebedouros. O uso de máscara é obrigatório.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusIbirapueraPandemiaParques naturaissao-paulo

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022