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Parlamentares terão acesso a dossiê sigiloso contra antifascistas

Suposto relatório sigiloso contém informações de 600 servidores públicos opositores do presidente Jair Bolsonaro. O documento é questionado no STF

André Mendonça: Ministério da Justiça teria produzido o relatório contra opositores do presidente. (Divulgação/Agência Câmara)

André Mendonça: Ministério da Justiça teria produzido o relatório contra opositores do presidente. (Divulgação/Agência Câmara)

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Clara Cerioni

Publicado em 18 de agosto de 2020 às 06h00.

Última atualização em 18 de agosto de 2020 às 06h13.

Os membros da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional terão acesso nesta terça-feira, 18, a dados do suposto dossiê antifascista entregues pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública na semana passada.

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão, prometeu mostrar os documentos sob a condição dos parlamentares assinarem um termo de confidencialidade. O dossiê contém informações sigilosas de quase 600 servidores públicos identificados como participantes do movimento antifacismo e opositores do presidente Jair Bolsonaro.

A informação da existência do dossiê foi revelada pelo site UOL no fim de julho. Segundo a reportagem, o relatório contém nomes e, em alguns casos, fotografias e endereços das redes sociais das pessoas monitoradas.

O documento sigiloso teria sido produzido pela Secretaria de Operações Integradas, órgão pouco conhecido e ligado ao Ministério da Justiça. Logo depois da revelação, o ministro André Mendonça abriu uma sindicância para apurar a elaboração do dossiê. Ele também trocou a chefe da secretaria, Gilson Libório. A exoneração foi publicada no dia 4 de agosto.

Há duas semanas, Mendonça participou de uma reunião da Comissão para esclarecer as ações secretaria. O ministro respondeu a todas as perguntas dos parlamentares feitas ao longo de quatro horas de sessão.

O dossiê ainda é pauta de julgamento do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) previsto para esta quarta-feira, 19. A Rede Sustentabilidade entrou com uma ação questionando a produção do relatório sigiloso. A relatora do caso é a ministra Carmén Lúcia que determinou urgência e prioridade no julgamento.

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