Brasília - Edifício Master é um dos documentários mais conhecidos de Eduardo Coutinho.

O filme mostra o dia a dia de moradores de um edifício com mais de 200 apartamentos no bairro de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, onde moram cerca de 500 pessoas.

No filme, 37 contam suas histórias de felicidade, tristeza, desilusão, esperança e amor.

Vera Lúcia Maciel, de 62 anos, que foi uma das moradoras entrevistadas no filme, comentou a morte de Coutinho. Segundo ela o clima é de tristeza no prédio retratado pelo documentarista.

“Tá todo mundo lamentando muito. Foi uma coisa que ninguém esperava. Vim aqui representando todos os moradores. Fica uma saudade muito grande, porque ele compartilhou as nossas vidas e acompanhou os nossos problemas. Não foi só fazer um filme, foi compartilhar a vida de cada um”, lamentou.

Ela conta que embora a entrevista concedida a Coitinho tenha durado cerca de duas horas, a gravação do documentário durou meses.

Heloisa Coutinho, irmã do cineasta, disse que foi informada da morte do irmão pelo sobrinho Pedro. “Ele me ligou e disse que eu ia acabar sabendo pela imprensa.

Então era melhor contar logo o que tinha ocorrido. Ele [Coutinho] sempre foi muito lembrado e vai ser ainda mais por causa dessa tragédia.

A gente sempre se falava, mas só o encontrava mesmo quando ele ia para São Paulo divulgar seus filmes", disse.

Daniel Coutinho, de 42 anos, filho do cineasta, é apontado pela polícia como o responsável por esfaquear o pai e a mãe. Ele também foi encontrado com ferimentos por faca.

Daniel está internado no Hospital Miguel Couto, na Gávea, zona sul do Rio, sob custódia da polícia. 

O crime está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios.

Quatro pessoas foram ouvidas na manhã de hoje (03). O outro filho do cineasta, Pedro, também será chamado a depor.

O corpo de Coutinho está sendo velado na capela três do Cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul da cidade, e o enterro está marcado para as 15h.