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Parentes do governador de Tocantins são alvo de operação da PF

A PF afirma já ter indícios de que os suspeitos movimentaram mais de R$ 200 milhões

Marcelo Miranda: quantias envolvidas em algumas das transações financeiras chamaram a atenção das autoridades (Divulgação)

Marcelo Miranda: quantias envolvidas em algumas das transações financeiras chamaram a atenção das autoridades (Divulgação)

AB

Agência Brasil

Publicado em 28 de novembro de 2016 às 11h01.

A Superintendência da Polícia Federal (PF) em Tocantins deflagrou hoje (28) uma operação para apurar um suposto esquema criminoso contra a administração pública em Tocantins.

A PF afirma já ter indícios de que os suspeitos movimentaram mais de R$ 200 milhões e que parte dessa quantia foi regularizada através da ocultação em meio ao patrimônio de parentes do governador Marcelo Miranda (PMDB), investigados na chamada Operação Rei do Gado.

A investigação apontou fraudes em contratos de licitações públicas com empresas de familiares e de pessoas de confiança de Miranda.

Segundo a PF, o dinheiro era ocultado por meio de transações imobiliárias fraudulentas, contratos de gaveta e manobras fiscais ilegais dentre os quais a compra de fazendas e de grandes quantidades de gado.

Os investigadores sustentam que parte do valor foi destinado à formação de caixa dois para campanhas realizadas no Estado.

As quantias envolvidas em algumas das transações financeiras chamaram a atenção das autoridades. Em um dos casos foi identificado um contrato de compra de gado cujo valor envolvido, segundo a perícia, seria suficiente para a compra de um rebanho que não caberia sequer dentro da propriedade.

Essa técnica foi apelidada pelos investigadores como "Gados de Papel". As autoridades também investigam um contrato de prestação de serviços entre o governo e uma empresa de transportes aéreos.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) expediu oito mandados de prisão temporária, 24 de condução coercitiva e 76 de busca e apreensão nas cidades de Palmas e Araguaína, no Tocantins, Goiânia (GO), Brasília (DF), Caraguatatuba (SP), e Canãa dos Carajás, Redenção, Santa Maria, São Felix do Xingu e Sapucaia, no Pará.

Confirmadas as suspeitas, os investigados responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato, corrupção passiva, fraudes à licitação e organização criminosa.

O nome da operação, Rei do Gado, foi dado em razão dos principais investigados serem grandes pecuaristas no Estado do Pará e o gado era a destinação de grande parte do dinheiro desviado, onde se operava verdadeira lavagem de dinheiro.

A Agência Brasil entrou em contato com a assessoria de comunicação do governo de Tocantins, mas ainda não recebeu nenhuma informação.

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