Morta a tiros em frente à sua casa, a magistrada Patrícia Lourival Acioli era conhecida por sua atuação contra a violência cometida por policiais militares da região (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 15 de agosto de 2011 às 14h39.
Rio de Janeiro – Voluntários, moradores de São Gonçalo e parentes da juíza Patrícia Acioli, morta a tiros na última sexta-feira (12) quando chegava em casa em Niterói, fazem hoje (15) protesto em frente ao Fórum da cidade, localizada na região metropolitana do Rio. Usando mordaças pretas, togas e exemplares do Código Penal e segurando rosas vermelhas, eles cobram a rápida elucidação do crime, com a identificação e punição dos culpados.
Para o presidente da organização não governamental Rio de Paz - responsável pelo ato -, Antônio Carlos Costa, o momento é de indignação pelo ataque não apenas a “uma cidadã, mãe de três filhos”, como ao Estado Democrático de Direito.
“Se é para o Judiciário ficar amordaçado, é melhor a gente viver na China. O crime foi muito grave e é preciso que haja uma solução rápida, senão daqui a pouco o Rio de Janeiro vai virar uma Colômbia”, afirmou.
O jornalista Humberto Nascimento, primo da juíza, também cobrou do Estado uma apuração ágil. Ele disse que o governo do Rio teria dispensado a ajuda da Polícia Federal nas investigações. “A gente queria que a Polícia Federal participasse, pelo menos como observadora. Mas já que o governador assumiu essa responsabilidade, ele vai ter que dar uma resposta”, acrescentou.
Nascimento disse também não acreditar que o crime tenha sido passional, hipótese que, segundo ele, seria fantasiosa e cômoda para o estado. De acordo com Nascimento, a família suspeita que o assassinato tenha relação com casos que a juíza ainda julgaria e não com processos anteriores.
Ele comentou que pelo menos sete pessoas seriam julgadas por Patrícia Acioli na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, ao longo desta semana. Entre os processos estão casos de homicídio qualificado.