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Parecer que pede cassação de Luiz Argôlo é aprovado

Luiz Argôlo responde por quebra de decoro parlamentar devido a sua relação com doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato


	Luiz Argôlo: parlamentar é acusado de receber dinheiro e favores de Alberto Youssef
 (Lúcio Bernardo Jr./Agência Câmara)

Luiz Argôlo: parlamentar é acusado de receber dinheiro e favores de Alberto Youssef (Lúcio Bernardo Jr./Agência Câmara)

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Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2014 às 16h04.

Brasília - Por 13 votos a favor e quatro contra, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou na tarde desta terça-feira o relatório do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) recomendando a cassação do mandato de Luiz Argôlo (SD-BA).

Argôlo responde por quebra de decoro parlamentar devido a sua relação com doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato.

O parlamentar é acusado de receber dinheiro e favores de Youssef.

Durante a sessão, os deputados Wladimir Costa (SD-PA) e Mauro Lopes (PMDB-MG) saíram em defesa de Argôlo argumentando não haver provas de que o parlamentar recebeu vantagens ilícitas.

Costa disse que Argôlo podia ser vítima de uma injustiça. "Estamos aqui questionando a falta de provas. Tem de apresentar provas materiais", enfatizou o deputado paraense.

O argumento foi repetido pelo advogado de Argôlo, Aluísio Lundgren Correa Régis. "A defesa entende que não há provas", insistiu.

O relator rebateu os discursos e disse que existem provas robustas contra Argôlo, incluindo evidências de solicitação de vantagens financeiras.

"O crime de corrupção passiva se caracteriza apenas pelo ato de solicitar vantagens", respondeu Marcos Rogério.

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) afirmou que mesmo passado o processo eleitoral era preciso preservar a imagem da Câmara.

"Tem a imagem do Parlamento, da Casa, independente do processo eleitoral", defendeu.

"Não podemos fechar os olhos aos fatos", emendou o deputado, ressaltando que as investigações da Operação Lava Jato devem trazer à tona novos detalhes do esquema a partir dos depoimentos da delação premiada.

O relatório de Marcos Rogério foi apresentado no dia 14 de outubro, mas um pedido coletivo de vista impediu a votação.

No parecer, o relator diz que ficou claro que houve quebra de decoro por parte de Argôlo, uma vez que ele atuava "como cliente de Alberto Youssef, recebendo dinheiro para si próprio e outros beneficiários".

O relatório diz que Argôlo intermediava contatos com empresas, tinha suas operações financiadas pelo doleiro e ainda pedia favores, como ajuda para interferir em licitações. "Houve evidente quebra de decoro", destaca.

A defesa de Argôlo ainda pode recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em um prazo de cinco dias, como fez o deputado André Vargas (sem partido-PR).

O recurso de Vargas - que também enfrenta um processo de cassação por sua relação com o doleiro Alberto Youssef - seria analisado hoje pela comissão, mas não houve quórum para votação.

Os julgamentos de Argôlo e Vargas precisam passar pelo crivo do plenário para que os parlamentares fiquem inelegíveis por oito anos.

Vargas e Argôlo não disputaram a reeleição, mas trabalham para que a cassação não seja votada pelo plenário.

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