Brasil

Parceria com centros americanos vai acelerar combate ao câncer de mama

Hospitais brasileiros receberão apoio de institutos de referência nos EUA para desenvolver programas de educação e pesquisa

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2011 às 09h17.

Centros de saúde brasileiros e americanos lançaram nesta quarta-feira, em São Paulo, uma parceria para acelerar o combate ao câncer de mama no Brasil, doença que atinge cerca de 50 mil mulheres por ano no país.

Especialistas de duas instituições de luta contra o câncer nos Estados Unidos, o Susan G. Komen for the Cure, o M.D. Anderson Cancer Center, ligado à Universidade do Texas, passarão a colaborar com hospitais brasileiros no desenvolvimento de pesquisas científicas, capacitação técnica e trabalho comunitário.

Apoiada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, a iniciativa é a ampliação de uma campanha lançada em 2006 pela primeira-dama dos EUA, Laura Bush, para estimular o intercâmbio entre organizações americanas e grupos de referência em países do Oriente Médio.

A versão latino-americana, batizada de Parceria das Américas para a Conscientização e Pesquisa sobre o Câncer de Mama, teve sua estréia no Brasil, mas deve se expandir para México e Costa Rica.

Além de ser o primeiro país da região a implantar o projeto, o Brasil também é o único no mundo a contar com dois hospitais como parceiros locais numa mesma cidade, logo no início da parceria. O Albert Einstein e o A.C. Camargo, ambos na capital paulista, serão os responsáveis por planejar e implantar as melhorias em educação, prevenção e tratamento contra o câncer de mama, a partir da colaboração dos institutos americanos.

Um dos principais benefícios desse apoio é a possibilidade de gerar conhecimentos mais específicos sobre o quadro do câncer de mama no Brasil, afirma o gerente médico do Programa de Oncologia do Hospital Albert Einstein, Auro del Giglio.

"Ao invés de nos basearmos em softwares com dados americanos para calcular o risco de desenvolvimento da doença, por exemplo, podemos aproveitar a experiência deles para criar um software com dados nacionais, que leve em conta a composição genética e os hábitos das brasileiras", ele explica.


Testes moleculares e avanços nas drogas usadas em tratamentos também tendem a se desenvolver mais facilmente com o intercâmbio, segundo Giglio. Em contrapartida, o Einstein deve difundir os avanços que obtiver para centros de referência em outros Estados - já existem parceiros definidos em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul.

Força feminina

A iniciativa americana deve abranger, ainda, trabalhos de prevenção ao câncer de mama. O Susan G. Komen, que conta com 75 mil voluntários no mundo todo, trabalhará na formação de instrutores em educação para a saúde da mama e ajudará a desenvolver projetos de atuação comunitária e de protagonismo feminino.

"A educação sobre o câncer tem que começar desde cedo, porque há mulheres cada vez mais jovens descobrindo-se com a doença. Nesse sentido é fundamental envolver outras mulheres, desenvolver uma solidariedade entre elas, para que uma encoraje a outra a fazer a prevenção ou a suportar o tratamento", diz a representante do Susan G. Komen na parceria, Hadassah Lieberman.

O câncer de mama é o segundo tipo mais freqüente de tumor no mundo e deve atingir 25 milhões de mulheres, nos próximos 25 anos, das quais até 10 milhões podem morrer devido à doença. No Brasil, esse tipo de tumor disputa com o câncer de pele não-melanoma o posto de mais incidente na população feminina, segundo o Instituto Nacional de Câncer.

Acompanhe tudo sobre:CâncerDoençasEmpresasHospital Albert EinsteinPesquisa e desenvolvimentoSetor de saúde

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022