Coronavírus: a Rússia registrou a primeira vacina capaz de combater o coronavírus nesta terça-feira (asiandelight/Getty Images)
Isabela Rovaroto
Publicado em 12 de agosto de 2020 às 06h59.
O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), tem um encontro - virtual - marcado com o embaixador russo no Brasil, Sergey Akopov, no começo da tarde desta quarta-feira, 12. O objetivo da reunião é definir os termos de acordo para uma possível produção de uma vacina contra a covid-19.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, causou alvoroço no mundo na terça-feira, 11, ao anunciar que registrou a primeira vacina capaz de combater o coronavírus. Cientistas ao redor do planeta pediram cautela com a declaração russa por considerarem muito precoce ter uma vacina em um tempo tão curto. Além disso, pouco se sabe sobre os estágios de testes.
As outras duas vacinas que estão com as pesquisas mais aceleradas, a de Oxford e a do laboratório chinês Sinovac, podem ter o registro somente no fim do ano. Isso se todos os testes mostrarem resultados positivos na imunização e sem efeitos colaterais significativos.
Em relação à vacina russa, o Ministério da Saúde considera que ainda não há provas de segurança e eficácia que justifiquem abrir negociações para a compra do produto com recursos do governo federal. Também não há o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a produção ou a realização de testes no Brasil.
Procurado pela EXAME, o governo do Paraná disse que esta conversa ainda é preliminar e que nenhum dinheiro foi gasto até o momento. O estado afirmou que o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) será colocado à disposição para produzir a vacina. Dentre as exigências a serem colocadas na mesa, está a transferência de tecnologia.
Há duas semanas, o governador Ratinho Junior conversou com o embaixador da China no Brasil, Qu Yuhui, para negociar a produção da vacina do laboratório Sinopharm. O governo do estado terá reserva orçamentária de 200 milhões de reais para a compra de vacinas contra a Covid-19. Metade do valor virá do caixa da Secretaria da Saúde, referente a um remanejamento orçamentário. A outra parte virá de um repasse da Assembleia Legislativa do Paraná.