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Paralisação dos caminhoneiros: PRF confirma 236 bloqueios em estradas

A Polícia Rodoviária Federal registrou bloqueios em ao menos 20 estados. Paralisações começaram após vitória de Lula nas eleições presidenciais

a PRF informou que adota providências para o retorno da normalidade do fluxo desde o início das interdições (Wagner Meier/Getty Images)

a PRF informou que adota providências para o retorno da normalidade do fluxo desde o início das interdições (Wagner Meier/Getty Images)

Drc

Da redação, com agências

Publicado em 31 de outubro de 2022 às 20h15.

A Polícia Rodoviária Federal informou que os pontos de interdições, bloqueios ou manifestações em rodovias do País subiram de 211 às 16h30 para 236 às 18h43. A movimentação começou ainda na madrugada de segunda-feira, logo após a confirmação dos resultados da eleição presidencial.

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Uma série de bloqueios passou a ser relatada nas redes sociais em vários pontos do Brasil a partir das primeiras horas desta manhã. Em vídeos que circulam nas redes sociais, manifestantes contestam a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Lula venceu o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), com 50,9% dos votos e voltará ao cargo em janeiro para um terceiro mandato.

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Estados com estradas bloqueadas pelos caminhoneiros

Há ocorrências em 20 Estados e no DF, ante 16 do boletim anterior.

  • Alagoas
  • Amazonas
  • Acre
  • Rio Grande do Norte
  • Goiás
  • São Paulo
  • Minas Gerais
  • Roraima
  • Maranhão
  • Rio Grande do Sul
  • Espírito Santo
  • Ceará
  • Santa Catarina
  • Mato Grosso do Sul
  • Mato Grosso
  • Rondônia
  • Paraná
  • Pará
  • Tocantins
  • Rio de Janeiro

O maior número de bloqueios é registrado em Santa Catarina, com 42, e o de interdições em Mato Grosso do Sul, com 32. Mais cedo, a PRF informou que adota providências para o retorno da normalidade do fluxo desde o início das interdições.

Desde a noite de ontem, após a derrota eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL), manifestantes interditam rodovias pelo País. Há registro de envolvimento de caminhoneiros e produtores rurais nos atos, mas são majoritariamente organizados por "populares", segundo a PRF.

A PRF disse, em nota no início da tarde, que está atuando para liberar as rodovias. "Desde ontem, quando surgiram as primeiras interdições, a PRF adotou todas as providências para o retorno da normalidade do fluxo, direcionando equipes para os locais e iniciando o processo de negociação para liberação das rodovias".

A instituição diz que está "priorizando o diálogo, para garantir, além do trânsito livre e seguro, o direito de manifestação dos cidadãos, como aconteceu em outros protestos."

Marginal Tietê em São Paulo bloqueada

Um grupo de manifestantes pró-Bolsonaro interditou a Marginal Tietê no sentido Ayrton Senna nesta segunda-feira, 31. Apoiadores do presidente estenderam uma faixa contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo a Companhia de Engenharia de Trafego (CET), a ação teve início por volta das 15h30. Neste momento, uma das faixas está liberada. Outras duas seguem ocupadas. A Polícia Militar acompanha o protesto.

Em São Paulo, há registros de protestos em três pontos de duas rodovias federais, segundo a Polícia Rodoviária Federal.

Na BR-116, nos trechos próximos a Pindamonhangaba e Embu das Artes, o tráfego está bloqueado nos dois sentidos, com registros de pneus incendiados. Já no trecho próximo ao município de Jacareí cerca de 30 manifestantes interromperam a pista sentido norte. A PRF negocia a liberação de uma das faixas.

Na BR-153, na região de São José do Rio Preto, 30 manifestantes se concentram à margem da rodovia. Outros pontos já foram liberados pela PRF.

Procuradoria dá 24 horas para PRF informar ações contra bloqueios do caminhoneiros

Ministério Público Federal (MPF) pediu na tarde desta segunda-feira, 31, que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informe as medidas adotadas para desmobilizar os bloqueios de caminhoneiros nas estradas após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O órgão questiona o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, sobre as providências para "garantir a manutenção do fluxo nas rodovias federais". Também pede a relação completa dos trechos onde há interdições e as ações em curso em cada caso. O prazo para resposta é de 24 horas.

Líder da greve de 2018 se diz contrário à paralisação

O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como "Chorão" e que foi um dos líderes da greve dos caminhoneiros de 2018, gravou um vídeo criticando as paralisações e dizendo que caminhoneiros precisam lugar "pela categoria" e reconhecer o resultado das eleições.

"Eu quero me colocar aqui, através da Abrava, reconhecer a eleição, a democracia desse país, parabenizar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela sua vitória", disse Chorão no vídeo, publicado em suas redes sociais. "Não é o momento de parar esse país, precisamos estar alinhados, precisamos lutar pelo nosso segmento."

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