Câmbio: Messer recebia 60% dos lucros das operações de câmbio, de acordo com as investigações da Polícia Federal brasileira (Kerim Okten/Bloomberg)
EFE
Publicado em 3 de maio de 2018 às 20h47.
A Justiça paraguaia ditou nesta quarta-feira um mandado de captura em nível nacional com fins de extradição contra o doleiro brasileiro Dario Messer, após uma notificação "de alerta vermelho internacional de captura" contra 43 pessoas em uma megaoperação contra crimes financeiros.
O Ministério Público do Paraguai se uniu à operação "Câmbio, Desligo", da Polícia Federal do Brasil, que ocorreu nesta quinta-feira em seis estados brasileiros e no Uruguai e resultou 33 detenções.
A operação teve como alvo um grupo de cambistas que, segundo a confissão de dois acusados, teria conseguido movimentar US$ 1,6 bilhão em 52 países de forma ilícita.
Entre os que ainda não foram capturados se encontra Messer, quem, de acordo com as investigações, recebia 60% dos lucros das operações de câmbio. Como dono de casas de câmbio, ele era quem dava apoio às operações com o seu nome e se responsabilizava pela captação de clientes, segundo a Justiça brasileira.
A operação desta quinta-feira se baseou na delação dos doleiros Vinícius Vieira Barreto Claret, conhecido como "Juca Bala", e Cláudio Fernando Barbosa, conhecido como "Tony" ou "Peter", acusados de trabalhar no esquema que envolvia o ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral, hoje preso.
Vinícius Vieira Barreto Claret e Cláudio Fernando Barbosa foram detidos no Uruguai em março de 2017 e extraditados ao Brasil, onde aceitaram colaborar com as autoridades para a revisão da futura pena.
Claret e Barbosa revelaram a existência de um sistema chamado Bank Drop composto por três mil empresas com vantagens fiscais em 52 países e que realizou transações no valor de US$ 1,6 bilhão.