Carlos Marun: "A reforma da Previdência não é uma situação que pode a qualquer momento ser colocada em votação" (Agência Brasil/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 31 de julho de 2017 às 18h11.
Brasília - Diante da expectativa de vitória do governo para barrar a denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara, o vice-líder do PMDB na Casa Carlos Marun (MS) avaliou que o governo sairá fortalecido da disputa para, em seguida, se dedicar às reformas que aguardam votação no Legislativo.
Um dos mais aguerridos defensores do governo, Marun disse ter "todas as razões" para manter a "convicção" de que a oposição não tem os 342 votos necessários para autorizar o prosseguimento da denúncia oferecida contra Temer pela Procuradoria-Geral da República pelo crime de corrupção passiva.
"Sem dúvida alguma, o fato de termos resistido a esse conjunto de forças muito robustas que se voltaram contra o presidente nos torna até mais fortes para, em sequência, avançarmos na questão das reformas", disse Marun a jornalistas.
"Estamos hoje concentrados na questão da denúncia, mas passada essa situação, penso que nós estaremos mais preparados para os próximos embates", afirmou.
Líderes governistas avaliam que o placar da votação da denúncia, prevista para a próxima quarta-feira, precisa trazer um número significativo de votos de forma a sinalizar que ainda tem sustentação no Congresso para tocar a pauta.
"A reforma da Previdência não é uma situação que pode a qualquer momento ser colocada em votação. Nós não tínhamos os votos suficientes para aprová-la (no primeiro semestre). Não perdemos votos nesse processo (da denúncia), eu diria que perdemos tempo", disse Marun.
O deputado aproveitou, ainda, para repetir o discurso recorrente do governo na tentativa de responsabilizar a oposição por uma eventual falta de quórum, apesar da ampla maioria teórica da base no plenário da Câmara, de aproximadamente 400 parlamentares, levando-se em conta os partidos aliados.
"Temos todas as razões para mantermos a convicção de que a oposição não tem nem de perto os votos que precisaria ter para promover o afastamento do presidente. Nós vamos estar em plenário e se eles vierem nós os derrotaremos, se eles permanecerem em férias, nós continuaremos governando", disse.