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Para TV inglesa, brasileiro só gosta de ver sexo e sangue

Apresentadora de TV britânica vem ao Brasil para falar da programação da televisão nacional - "a alma de uma nação" - e fica chocada com o que vê

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2013 às 15h22.

São Paulo - Eu tenho a teoria de que a televisão é a janela para a alma de uma nação. É assim que começa o episódio sobre o Brasil do programa de televisão britânico The Greatest Shows on Earth (Os melhores programas do mundo, em tradução livre). 

Exibido em junho na TV britânica, só agora o episódio ganhou notoriedade entre brasileiros nas redes sociais

Se a teoria da apresentadora Daisy Donavon estiver correta, a alma do Brasil é uma mistura perversa de sexo e morte. Ou pelo menos é essa a conclusão a que ela chega após passar uma temporada no país, conhecendo alguns programas da TV aberta. 

A televisão aqui valoriza o teatro do extremo, da beleza do corpo das mulheres a programas que exploram casos de polícia, explica no começo da reportagem.

Daisy busca exemplos fortes para comprovar sua teoria. A competição Miss Bumbum, exibida por um canal da TV aberta, é alvo de detalhada análise.

Estou exposta a um festival da carne, impressiona-se a apresentadora enquanto assiste à cena de um programa de auditório em que um cirurgião plástico descreve um bumbum perfeito. 

Ela chega a participar de uma pegadinha com uma das participantes para entender melhor o que motiva essas meninas a se exporem dessa forma. Conclusão: no Brasil, o bumbum pode te levar a lugares.

Uma das concorrentes, apesar de participar da competição, explica como funciona. Para a gente entrar na TV e na mídia, muitas vezes a gente tem que entrar pela porta dos fundos. Temos que mostrar primeiro nossa beleza, pra depois mostrar o que temos por dentro e a capacidade intelectual.

O que me parece ser um programa degradante e sadomasoquista é transmitido, incrivelmente, às 21h de um sábado para 10 milhões de espectadores, explica, incrédula, a apresentadora ao público inglês.

Sem limites

E ainda questiona: se a televisão brasileira está disposta a tratar as mulheres dessa forma em sua busca por espectadores, existe algum limite que ela não cruzaria?.

A resposta vem banhada em sangue. A jornalista britânica vai ao norte do país para conhecer melhor o que considera uma forma inesperada de entretenimento: os sangrentos programas policiais. É isso que as pessoas assistem como entretenimento na hora do almoço?

Meu Deus, esse país não é para os de coração fraco, conclui. 

Veja o programa:

//www.youtube.com/embed/QM-Ujx7JET4

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