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Para SIP, privacidade não justifica censura prévia

A questão foi levantada pela facilidade crescente que os meios eletrônicos oferecem para invasão da intimidade das pessoas

mulheres fofocando (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2012 às 07h34.

São Paulo - A Sociedade Interamericana de Imprensa deu início ontem à sua 68ª Assembleia-Geral, em São Paulo, com um painel sobre liberdade de imprensa e direito à privacidade. Os debatedores destacaram que, ao mesmo tempo que os jornalistas devem se guiar por critérios éticos, o direito à privacidade não pode justificar a censura prévia.

"Nas convenções internacionais que tratam dos princípios do respeito à privacidade e liberdade de imprensa, assim como na Constituição do Brasil, não se tem nenhuma regra que mande alguma publicação ser proibida de antemão", disse a advogada Taís Gasparian, do jornal Folha de S. Paulo. "Essa é a questão mais importante quando se fala de liberdade de imprensa e privacidade." Para a advogada, os conflitos que surgirem devem ser sempre resolvidos posteriormente à publicação.

A escolha do tema foi motivada pela preocupação da mídia com o crescente uso de meios eletrônicos que facilitam o acesso - em alguns casos, de forma ilegal - à intimidade de pessoas públicas, como destacou a colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo, mediadora do painel. "Nesses tempos em que todo mundo tem um celular que filma e fotografa, invadir a privacidade ficou muito fácil. Por causa disso, as publicações sérias precisam ter critérios rígidos para que isso não aconteça", afirmou a colunista.

Para a americana Ellyn Angelotti, pesquisadora do Pointer Institute, especializada no tema, a influência dos meios eletrônicos criou um novo tipo de pressão sobre os editores de jornais. "Mesmo que decidam não publicar uma informação, uma foto, um filme, nada impede que ela circule", afirmou.

Nesse novo ciclo, segundo a especialista, fica reforçada a missão do jornalista de buscar a verdade e verificar a veracidade das informações que circulam em velocidade cada vez mais rápida. "Não se pode publicar uma foto de um político ou de uma celebridade sem saber antes se foi manipulada." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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