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Para ser rico no Brasil, vale ser servidor público, diz NYT

Enquanto o funcionalismo sofre restrições em outros países pelo desempenho da economia mundial, no Brasil é bom caminho para se tornar rico, constata The New York Times


	The New York Times afirma que uma estratégia para enriquecer no Brasil - que pode soar como surpresa para alguns - é se tornar funcionário público
 (Creative Commons/Aurelízia Lemos/EXAME.com/Creative Commons)

The New York Times afirma que uma estratégia para enriquecer no Brasil - que pode soar como surpresa para alguns - é se tornar funcionário público (Creative Commons/Aurelízia Lemos/EXAME.com/Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2013 às 12h17.

São Paulo – É uma “surpresa” para quem não mora aqui, mas no Brasil, uma boa forma de enriquecer é se tornando servidor público, segundo o The New York Times. Com o mundo vivendo um clima econômico desfavorável, os funcionários brasileiros vivem “um cobiçado baluarte de privilégio”.

“Enquanto os servidores públicos na Europa e Estados Unidos estão tendo os salários reduzidos ou sendo demitidos, alguns funcionários públicos no Brasil estão recebendo salários e benefícios que deixam seus pares nos países desenvolvidos bem atrás”, diz a reportagem, que enfileirou uma série de exemplos para ilustrar as anomalias salariais brasileiras (veja lista abaixo).

Os juízes aqui, por exemplo, chegam a ganhar mais que em Nova York.

Segundo o Congresso em Foco, passa da casa dos dois mil o número de servidores que ganham mais que ministros do Supremo Tribunal Federal, que recebem R$ 28.059,29 por mês, valor que deveria ser o teto do funcionalismo. 

O jornal afirma que, a medida que a economia brasileira começa a estagnar, surge no país um ressentimento quanto às desigualdades da burocracia nacional.

Enquanto alguns excedem os limites constitucionais, professores e policiais permanecem com soldos baixos, numa grande distância dos altos servidores.

Profissionalismo
Entre os países emergentes, o setor público brasileiro garante alguns “bolsões de excelência” invejados pelo “profissionalismo”, mas “serviços como educação e tratamento de esgoto permanecem lastimáveis” enquanto o governo brasileiro “financia confortavelmente a si próprio”, diz o NYT.

A resistência deste funcionalismo privilegiado em revelar os salários também é abordado, com destaque para o Congresso. 

“Sindicatos poderosos de certas classes de funcionários públicos, fortes proteções legais para os servidores do governo, um setor público inchado que tem criado muitos novos empregos bem-remunerados, e generosos benefícios, tudo isso torna o setor público brasileiro um cobiçado baluarte de privilégio”, diz o jornal

Confira abaixo os exemplos apurados pelo NYT (a maioria provenientes da Lei de Acesso à Informação):

- Funcionário de um tribunal em Brasília recebeu 445 mil reais (US$ 226 mil) em um ano. É mais do que um ministro do STF.

- Engenheiro do DER- SP recebe US$ 263 mil (R$ 518 mil) por ano. Mais do que a presidente Dilma Rousseff.

- Quase 170 funcionários do Tribunal de Contas de SP recebem salários mensais de pelo menos 23 mil reais. Mais do que o prefeito da cidade, Fernando Haddad.


- Um juiz estadual em São Paulo recebeu recentemente US$ 361 mil (R$ 711 mil) por mês, enquanto os maiores salários anuais dos juízes do estado de NY são de US$ 198.600.

- Auditor em Minas Gerais ganhou US$ 81 mil (R$ 159 mil) em um mês e uma bibliotecária, US$ 24 mil (R$ 47 mil).

- No pobre estado do Maranhão, deputados concederam a si mesmos o equivalente a 18 salários anuais, de aproximadamente US$ 10 mil (R$ 19,7 mil) cada.

- Uma funcionária da justiça estadual de SP teria recebido cerca de 115 mil (R$ 226 mil) por compensação de não tirar licenças.

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