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Para Planalto, fala de Dilma não muda placar

O governo continua contabilizando, pelo menos, o mínimo de 59 votos pela cassação do mandato de Dilma


	Impeachment: o governo está avaliando ainda, no entanto, se irá ou não responder às acusações de Dilma a Temer e à sua administração durante seu discurso
 (Ueslei Marcelino / Reuters)

Impeachment: o governo está avaliando ainda, no entanto, se irá ou não responder às acusações de Dilma a Temer e à sua administração durante seu discurso (Ueslei Marcelino / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2016 às 17h23.

Brasília - Na avaliação de interlocutores do presidente em exercício Michel Temer, o discurso da presidente afastada Dilma Rousseff na manhã desta segunda-feira, 29, no Senado "foi fraco politicamente", "não passou a emoção que prometeu" e "não muda nada no placar".

O governo continua contabilizando, pelo menos, o mínimo de 59 votos pela cassação do mandato de Dilma.

O presidente em exercício Michel Temer acompanhou o discurso da petista no Palácio do Jaburu, acompanhado do ministro da Casa Civil Eliseu Padilha.

Ainda cedo, chegaram à residência oficial de Temer os ministros da Secretaria Geral, Geddel Vieira Lima, o interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz.

O governo está avaliando ainda, no entanto, se irá ou não responder às acusações de Dilma a Temer e à sua administração durante seu discurso.

A ideia inicial é não rechaçar para não polemizar com a presidente afastada e "não criar marola".

Mas, se optar por fazê-lo, a resposta não virá por Temer, mas por algum ministro ou auxiliar direto do presidente em exercício. "O presidente Temer não vai bater boca com ela", disse um interlocutor do peemedebista.

Auxiliares do presidente em exercício avaliam que a fala de Dilma não teve novidades. "Foi mais do mesmo e mostrou que ela não conseguiu mudar nada", emendou outro assessor palaciano.

Para eles, após o discurso a presidente afastada voltou a mostrar nas respostas aos congressistas a sua "crônica incapacidade de verbalizar e construir suas ideias".

Por fim, todos se dizem convencidos de que os votos computados anteriormente estão "totalmente preservados".

Acredita-se que Dilma foi dura com os parlamentares e chegou até mesmo a responsabilizá-los por ter inviabilizado seu governo, com a colocação de pautas-bomba em votação, mas não fez o mea-culpa que alguns esperavam para tentar sensibilizar os senadores.

Para vários auxiliares de Temer, a presidente afastada queria mesmo era fazer um discurso "para a história" e para ficar registrado nos "inúmeros documentários que estão sendo feitos" sobre a vida dela.

Sessão

Uma preocupação ainda presente é com o tempo que irá durar a sessão no Senado e quando a votação final do impeachment será realizada. Temer tem pressa no finalização dos trabalhos porque quer viajar para China o quanto antes, para participar da reunião do G-20.

No domingo, 28, o presidente em exercício, recebeu o senador Roberto Rocha (PSB-MA), que não quer declarar seu voto, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Na conversa com Temer, Renan teria dito que a sua previsão é de que o processo pode ser concluído até a terça-feira, 30. O governo pondera, porém, que este prazo não é certeiro, dada a quantidade de senadores inscritos para falar.

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