Brasil: embora tenha citado que país "não está bem no front macroeconômico", diretor da Moody's frisou que condições externas do Brasil não são piores que as de outros emergentes (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 3 de abril de 2014 às 18h36.
São Paulo - O diretor da Moody's, Mauro Leos, afirmou nesta quinta-feira, 3, que há uma pequena possibilidade de que a perspectiva estável do Brasil seja revisada pela companhia, em um período após a implementação das diretrizes econômicas do próximo governo que tomará posse em primeiro de janeiro de 2015.
Mas ele ressaltou que a administração federal a partir do ano que vem provavelmente terá de adotar medidas duras na área fiscal, a fim de dar continuidade na política de combate à inflação.
"O crescimento de 2% para o Brasil é baixo. Mas pode ser que, com uma política de ajustes, essa expansão seja menor, de 1%. Contudo, nesse contexto a perspectiva estável seria o melhor indicador para tal desempenho da economia", disse.
Embora tenha citado que o país "não está bem no front macroeconômico", pois apresenta um patamar de expansão baixo para o seu potencial histórico, com inflação elevada, ele frisou que as condições externas do Brasil não são piores que as de outras nações emergentes.
Leos citou o caso específico da Turquia, que tem uma dívida externa bem mais elevada do que a do Brasil, como proporção do PIB. "Por isso, o país tem uma perspectiva estável perante a Moody's", disse.
Leos destacou que o desempenho do nível de atividade do Brasil é compatível com sua previsão de crescimento do PIB "ao redor de 2%", mais precisamente 1,8%.
"O PIB no primeiro trimestre deve ter registrado uma expansão acima do esperado", disse. "Contudo, parece que o produto interno bruto vai ficar um pouco mais fraco no segundo trimestre. E, portanto, haverá uma certa compensação", disse.