Marina Silva: ex-senadora criticou a utilização do BNDES "de forma inadequada para eleger alguns ungidos" (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2013 às 21h04.
Recife - A ex-senador Marina Silva (PSB) atribui as dificuldades enfrentadas na economia brasileira em parte ao contexto mundial, mas, segundo ela, "também têm a ver com alguma negligência que vem sendo praticada em função da ansiedade política do governo, que está fragilizando a economia".
Em entrevista na tarde desta segunda-feira, 14, em Recife, ela reafirmou o compromisso de manter o superávit primário, o câmbio flutuante e meta de inflação, além da autonomia do Banco Central.
E garantiu que a aliança da rede Sustentabilidade com o PSB do governador Eduardo Campos garante a manutenção das conquistas do governo Fernando Henrique Cardoso e do ex-presidente Lula.
"Entendemos que o nosso País é uma grande possibilidade em termos econômico e social e precisará fazer um esforço muito grande para que este desenvolvimento possa se dar em base sustentável", observou.
Ela não aceitou - como indagada - que a defesa desta política econômica possa vir a transformá-la em representante do empresariado.
"O presidente Lula quando ganhou o governo, manteve o tripé da política econômica e não vi ninguém dizendo que ele, como operário do Partido dos Trabalhadores, fosse o candidato do empresariado", afirmou.
Marina também criticou a utilização do BNDES "de forma inadequada para eleger alguns ungidos" exemplificou com o empresário Eike Batista, que "recebeu R$ 9 bilhões do banco de desenvolvimento, "praticamente jogados na lata do lixo".
"Talvez a preocupação não seja com aqueles que querem manter o tripé da política econômica para manter o equilíbrio econômico do País e as conquistas sociais", observou. "Talvez a preocupação seja com aqueles que estão desequilibrando os ganhos já alcançados e inclusive com políticas dúbias que escolhe meia dúzia para receber dinheiro público sem que isso passe por uma discussão no Congresso e ainda correndo o risco de ver $ 9 bilhões do contribuinte sendo dado a um grupo que causa esse prejuízo irreparável às finanças públicas".