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Para Maia, muitos militares no primeiro escalão "nunca é bom sinal"

Apesar das críticas à composição da alta cúpula do governo, presidente da Câmara elogiou a escolha do general Braga Netto para a Casa Civil

Rodrigo Maia: "Braga Netto começa no cargo com melhores condições do que o (antecessor) Onyx Lorenzoni tinha hoje" (Andre Coelho/Bloomberg)

Rodrigo Maia: "Braga Netto começa no cargo com melhores condições do que o (antecessor) Onyx Lorenzoni tinha hoje" (Andre Coelho/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de fevereiro de 2020 às 06h48.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2020 às 06h50.

São Paulo — O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou, em entrevista ao canal MyNews, da jornalista Mara Luquet, que "tenta obstruir o governo naquilo que está errado".

"Eu fui eleito para fazer a coisa correta, não para obstruir um governo naquilo que eu acredito", afirmou Maia. "Eu tento obstruir o governo como deputado, e na pauta como presidente, naquilo que eu acho que está errado. Não posso obstruir aquilo que está certo, porque eu estaria contra o cidadão", disse o presidente da Câmara.

Sobre a indicação do novo ministro da Casa Civil, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que "tantos militares da ativa no primeiro escalão nunca é um bom sinal", mas ressalvou que "a escolha do (general Walter) Braga Netto é uma boa escolha". Maia participou de entrevista, transmitida pelo YouTube, ao canal MyNews.

"Se não fosse um militar, vamos dizer que ele colocasse alguém, novamente, indicado pelo Olavo de Carvalho... É sempre uma comparação de uma coisa com a outra", disse Maia. Segundo o presidente da Câmara, "Braga Netto começa no cargo com melhores condições do que o (antecessor) Onyx Lorenzoni tinha hoje".

Segundo Maia, Braga Netto fez "um bom trabalho, um ótimo trabalho no Rio de Janeiro". "Ele organizou bem a intervenção e deixou um legado para o governador na área de Segurança Pública" disse Maia sobre o general que atuou como interventor federal no Estado entre fevereiro de 2018 e janeiro de 2019.

Maia também voltou a reforçar que as reformas administrativas e tributárias serão prioridades da Casa neste ano.

Ataques em redes sociais

O presidente da Câmara também afirmou que os ataques pelas redes sociais "têm um sistema de financiamento por trás que será descoberto em algum momento". "Eu não tenho dúvida nenhuma disso", reforçou.

Segundo Maia, "tem um grupo na internet - que eu não quero qualificá-los como extrema direita ou extrema esquerda que eu estarei elogiando eles, porque são pessoas que não são democráticas - que quer generalizar problemas que existem no Parlamento, no STF, no STJ e em qualquer área, desqualificando e diminuindo a importância desses Poderes". "Precisamos ter coragem para enfrentar", disse Maia.

Maia também comentou os ataques recentes promovidos contra a jornalista da Folha de S.Paulo Patrícia Campos Mello, após o depoente da CPMI das Fake News Hans River Rio do Nascimento - que tem vínculos com uma empresa de disparos em massa pela internet - afirmar que a repórter teria se insinuado sexualmente para obter informações sobre disparos em massa pelo WhatsApp.

"Espero que a própria CPMI não fique olhando para a eleição de 2018, se teve mais viralização do (Jair) Bolsonaro ou do Fernando Haddad. Eu faria uma estrutura de investigação para entender quem financia."

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