Os laboratórios são usados para transformar a pasta-base de coca, importada de outros países, no produto final a ser consumido pelos brasileiros (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 2 de março de 2011 às 08h05.
Brasília – Para a Junta Internacional de Fiscalização a Entorpecentes (Jife), órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), não há indícios de que existam laboratórios de fabricação de cocaína em territórios brasileiro. Estudo da entidade, divulgado hoje (2), aponta que a proximidade entre o Brasil e a África Ocidental fez com que o país se tornasse atrativo para as organizações sul-americanas envolvidas no tráfico de drogas.
Em 2010, em apenas dois meses, pelo menos 11 laboratórios de produção de cocaína foram descobertos no país pela Polícia Federal e por polícias estaduais em diversas operações. Os laboratórios são usados para transformar a pasta-base de coca, importada de outros países, no produto final a ser consumido pelos brasileiros, seja o cloridrato de cocaína (cocaína em pó) seja a pedra de crack, um subproduto da coca.
De acordo com o estudo, em 2008 foram destruídos cerca de 10 mil laboratórios de processamento de cocaína na Bolívia, na Colômbia e no Peru. Nos últimos anos, também foram desmantelados laboratórios de cocaína na Argentina, Venezuela, no Chile e Equador. Em 2009, as autoridades equatorianas desmantelaram um dos maiores laboratórios de fabricação de cocaína encontrados no país, com capacidade para fabricar 20 toneladas da droga por mês.
Segundo a Jife, o Brasil continua sendo uma das principais rotas para remessas de drogas aos Estados Unidos e a países da África e Europa. Além disso, o relatório destaca o crescimento do consumo de crack no território brasileiro.
“O governo tem tomado medidas para conter o abuso dessa substância. Em maio de 2010, o governo desenvolveu um plano de ação contra o abuso do crack e de outras drogas. No âmbito desse plano, o governo alocou recursos consideráveis para a adoção de medidas contra o tráfico de drogas, principalmente nos municípios das regiões de fronteira, ”, diz o estudo.