Brasil

Para Janot, mensalão e Lava Jato são "operação conjugada"

Em sua avaliação, os dois escândalos representam "toda uma operação conjugada, onde o mensalão foi uma parte do iceberg que depois veio a ser descoberto"


	Rodrigo Janot: ele explicou que o mensalão revela a organização criminosa que está sendo examinada hoje no âmbito da Lava Jato
 (José Cruz/Agência Brasil/Fotos Públicas)

Rodrigo Janot: ele explicou que o mensalão revela a organização criminosa que está sendo examinada hoje no âmbito da Lava Jato (José Cruz/Agência Brasil/Fotos Públicas)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2016 às 20h28.

São Paulo - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta sexta-feira, 22, que "não existiu um Mensalão e não existiu uma Lava Jato".

Em sua avaliação, os dois escândalos que abalaram os governos Lula e Dilma representam "toda uma operação conjugada, onde o mensalão foi uma parte do iceberg que depois veio a ser descoberto".

Janot fez uma palestra na Brazil Conference e apontou vários fatos que, em sua visão, permitiram ao Ministério Público chegar ao nível de independência e profissionalismo no encaminhamento de investigações.

O evento é realizado pela Universidade de Harvard e pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Ao comentar sobre a Ação Penal 470, Janot explicou que o mensalão revela a organização criminosa que está sendo examinada hoje no âmbito da Lava Jato.

"Estou convencido, com as circunstâncias de fatos que existem hoje, que não existiu um mensalão e não existiu uma Lava Jato".

O primeiro fato lembrado pelo procurador foi a aprovação da Emenda Constitucional (EC) 35, em 2001, que acabou com a prévia autorização da Câmara ou do Senado para investigações e processamento de parlamentares.

Segundo ele, a mudança gerou um "reflexo direto no gabinete do procurador-geral da República que assumiu de vez um viés majoritariamente penal".

O procurador-geral também citou as transmissões da TV Justiça - no ar desde agosto de 2012. Para ele, a TV divulga para a população julgamentos de casos e o processo judicial entra na agenda do cidadão, o que gera acesso, transparência e controle.

"O que fazemos, somos cobrados na rua e temos que explicar."

O julgamento da Ação Penal 470 - caso conhecido como mensalão - também é considerado por Rodrigo Janot como um fato que influencia a situação atual.

"Pela primeira vez, o Supremo julgou pessoas com prerrogativa de foro e poder político real."

Ele destacou a dimensão do processo: 53 sessões de julgamento entre agosto e dezembro de 2012.

Nesse ponto, Janot destaca outro fator de mudança. Com a Ação Penal 470, o Supremo - até então visto com desconfiança, principalmente por conta do foro por prerrogativa de função - "afirmou-se como um tribunal que condena e de forma definitiva, pois não cabe recurso".

No caso do mensalão, dos 40 denunciados, 25 foram condenados.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffMensalãoOperação Lava JatoPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresRodrigo Janot

Mais de Brasil

Secretário-geral da ONU pede "espírito de consenso" para G20 avançar

Paes entrega a Lula documento com 36 demandas de prefeitos do U20

Varredura antibomba e monitoramento aéreo: chegada de chefes de Estado para o G20 mobiliza segurança