São Paulo - A decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de isentar a presidente Dilma Rousseff e demais integrantes do Conselho de Administração da Petrobras à época da compra da refinaria de Pasadena, em 2006, deve esvaziar o interesse dos parlamentares de oposição nas duas CPIs criadas para investigar a estatal, sugeriram, na quinta-feira, 24, governistas.
"Diminuindo a expectativa da oposição em tentar atingi-la (Dilma), não sei se vão manter o empenho", afirmou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).
Em ano eleitoral, a base aliada e a oposição já haviam feito um acordo - revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo em maio - de blindar empresas envolvidas no escândalo que mantêm contratos com a estatal.
O entendimento foi comprovado em reunião da CPI semana passada, quando, após conversa de deputados e senadores, acertou-se pela abertura dos sigilos apenas do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, sem esbarrar em potenciais doadores da campanha.
Para o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), as CPIs morreram já no início em razão do controle governista das apurações.
O relator da CPI mista, deputado Marco Maia (RS), disse que as investigações vão continuar até o fim do ano.
"Talvez a oposição tenha perdido o interesse na CPI porque o único objetivo de alguns deputados e senadores era que ela pudesse influenciar no resultado eleitoral de outubro", afirmou o petista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
-
1. 2014 problemático
zoom_out_map
1/11 (Galdieri/Bloomberg)
São Paulo - O primeiro trimestre ainda nem acabou, mas a
Petrobras já acumulou problemas neste período que podem valer para o ano inteiro. Entre processo de investigação de propina, preço das
ações despencando e produção de
petróleo menor, a petroleira dá indícios que não vive um bom momento. Veja, a seguir, 10 enroscos em que a Petrobras já se meteu neste ano:
-
2. Investigação sobre propina
zoom_out_map
2/11 (Sérgio Moraes/Reuters)
-
3. Endividamento bilionário
zoom_out_map
3/11 (REUTERS/Nacho Doce)
A captação de 8,5 bilhões de dólares anunciada pela Petrobras nesta semana deve impactar ainda mais o endividamento da estatal. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo,
a dívida líquida da petroleira deverá passar de 100 bilhões de dólares até 2018. De acordo com o novo plano de negócios quinquenal da Petrobras (2014-2018), 60,5 bilhões de dólares serão levantados em dívida bruta nos próximos cinco anos.
-
4. Queda da produção
zoom_out_map
4/11 (Pedro Lobo/Bloomberg News)
-
5. Multa bilionária
zoom_out_map
5/11 (REUTERS/Sergio Moraes)
-
6. Ações despencaram
zoom_out_map
6/11 (Alexandre Battibugli/EXAME)
-
7. Valor de mercado menor
zoom_out_map
7/11 (Dado Galdieri/Bloomberg)
-
8. Preço do dólar divergente
zoom_out_map
8/11 (Bruno Domingos/Reuters)
Durante evento para divulgar seu plano de investimentos para os próximos cinco anos, a Petrobras afirmou que vai trabalhar com um dólar de 2,23 reais neste ano.
A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
-
9. Preço do combustível
zoom_out_map
9/11 (Divulgação/Petrobras)
A interferência do governo nos negócios da Petrobras também tem preocupado investidores, principalmente quando o assunto é o polêmico reajuste no preço do combustível.
A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.
-
10. Independência do governo
zoom_out_map
10/11 (Francois Lenoir/Reuters)
-
11. Agora, veja 20 empresas que dominam o país
zoom_out_map
11/11 (AGÊNCIA BRASIL)