Brasil

"Para governar, tem de ter aliança", defende FHC

O ex-presidente disse, sem citar o atual presidente, Michel Temer, que o "Brasil está avançando, mas precisamos avançar mais"

Fernando Henrique Cardoso: ex-presidente disse que o Brasil hoje tem medo e incerteza (Divulgação/Divulgação)

Fernando Henrique Cardoso: ex-presidente disse que o Brasil hoje tem medo e incerteza (Divulgação/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de agosto de 2018 às 17h48.

Brasília - Em discurso na convenção nacional do PSDB que oficializou a candidatura de Geraldo Alckmin ao Planalto, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso afirmou que o Brasil está avançando e que a confiança perdida sobre a classe política poderá ser restabelecida pela chapa tucana. A aliança com partidos que são associados a fisiologismo - do grupo chamado de Centrão - foi defendida pelo ex-presidente da República como necessária para governar.

"Para governar, tem que ter aliança. A aliança na democracia faz parte da governabilidade e antecipa vitória. A vinda da Ana Amélia simboliza essa aliança e antecipa a vitória", afirmou FHC, sem citar o nome dos oito partidos que se coligaram com o PSDB: PP, DEM, PR, Solidariedade e PRB, que compõem o chamado "Centrão", além de PSD, PTB e PPS.

O ex-presidente disse, sem citar o atual presidente, Michel Temer, que o "Brasil está avançando, mas precisamos avançar mais". Discursou que Alckmin e Ana Amélia foram "escolhidos para representar esse novo momento do Brasil". "Geraldo e Ana Amélia, vocês expressão a confiança no Brasil. Eu confio em vocês porque conheço os dois", disse.

Fernando Henrique disse que o Brasil hoje tem medo e incerteza. "É um medo que tem base porque as pessoas sabem que a violência existe. É preciso botar na cadeia quem for necessário, seja por corrupção, seja por assaltos. Vamos fazer o futuro do Brasil dentro da lei, com ordem e respeito", disse, em uma mensagem que pode ser lida como direcionada ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas também vale para aliados.

O ex-presidente disse também que o período tucano no Planalto teve avanços também na área social e na saúde, não só na economia. "Demos saltos grande na saúde, com o ministro José Serra. Eu uso hospital que é do SUS. Nós que fizemos o SUS, foi o Serra que fez. Outros fizeram também, mas o principal foi o Serra."

"Temos que fazer o Brasil crescer sem megalomania. Para isso, é necessário restabelecer a confiança. Geraldo simboliza uma pessoa simples, o que é bom. A mordomia é a porta de entrada para a corrupção. Precisamos de gente simples, mas que creia e possa dizer o que é necessário. Brasil está avançando, mas precisamos avançar mais", disse FHC.

Do ponto de vista do sistema político-eleitoral, Fernando Henrique afirmou que é preciso diminuir o número de partidos. "Precisamos refazer a vida política, não desprezar a vida política. Para governar, é preciso ter competência, não boa vontade; boa vontade leva para o céu."

Acompanhe tudo sobre:Eleições 2018Fernando Henrique CardosoGeraldo Alckmin

Mais de Brasil

O que muda com projeto que proíbe celulares nas escolas em São Paulo

Haddad se reúne com cúpula do Congresso e sinaliza pacote fiscal de R$ 25 bi a R$ 30 bi em 2025

Casos respiratórios graves apresentam alta no Rio e mais 9 estados