Pará e Bahia têm cidades recordistas de mortalidade por arma

As zonas metropolitanas das capitais, sem as mesmas condições de manter os aparatos de segurança das vizinhas mais ricas, estão herdando crimes e mortes

Arma: dentre as 20 cidades com maiores taxas de assassinatos por armas de fogo, 14 estão em zonas metropolitanas (Getty Images)

Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2015 às 09h45.

Brasília - No último fim de semana, quatro pessoas foram assassinadas em Simões Filho, cidade de pouco mais de 100 mil habitantes na região metropolitana de Salvador.

Em Ananindeua (PA), perto da capital, Belém, uma jovem de 19 anos foi encontrada morta em casa e a polícia ainda investiga o assassinato de outras sete pessoas no mesmo dia, ocorridos no final de abril.

As duas cidades, periferias das capitais, têm taxas de mortalidade por arma de fogo acima de 100 por 100 mil habitantes, o que equivale a zonas de guerra.

O Mapa da Violência 2015 - Mortes Matadas por Armas de Fogo mostra que as zonas metropolitanas das capitais, sem as mesmas condições de manter os aparatos de segurança das vizinhas mais ricas, estão herdando crimes e mortes.

Dentre as 20 cidades com maiores taxas de assassinatos por armas de fogo, 14 estão em zonas metropolitanas e uma é a própria capital, Maceió. Dessas, apenas duas não estão no Norte ou Nordeste: Serra (ES) e Campina Grande do Sul (PR).

De acordo com Julio Jacobo, autor do estudo, a violência migrou para centros menores, onde a estrutura de segurança e social é menor.

"Onde aparecem novos atrativos aparece a criminalidade, mas não o Estado para enfrentá-la. Esses municípios enfrentam uma onda de crime organizado totalmente desaparelhados." Cinco capitais estão entre as cem com maiores taxas: Maceió (AL), João Pessoa (PB), Fortaleza (CE), Vitória (ES) e Recife (PE).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

1. As cidades com mais vítimas de armas de fogo
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São Paulo – A cidade onde as armas de fogo mais matam no Brasil não é uma capital, e nem tem uma população muito grande. É um município de cerca de 120 mil habitantes, onde a indústria é a principal atividade econômica. Estamos falando de Simões Filho, na região metropolitana de Salvador. Lá, a cada 100 mil habitantes, uma média 130,2 pessoas morreram vítimas de armas de fogo entre 2010 e 2012. Para comparação, a taxa nacional em 2012 ficou em 21,9. Simões Filho encabeça o ranking do “Mapa da Violência 2015”, relatório divulgado pelo governo federal em parceria com a Unesco. O estudo foi elaborado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz. A conta inclui as mortes por homicídios, suicídios, acidentes e casos indeterminados, sendo que os homicídios são a grande maioria. Das 30 primeiras cidades do ranking, 20 estão na região Nordeste do país. Dentre os estados, a Bahia tem o maior número de municípios na lista, com 9 dos 30, seguida por Alagoas, com 6. Além de Simões Filho, figuram no topo da lista Ananindeua (PA), Lauro de Freitas (BA) e Pilar (AL). O ranking considera apenas os municípios que tinham mais de 20 mil habitantes em 2012. De acordo com o relatório, os municípios com altos números de mortes seguem alguns perfis específicos classificados nas seguintes categorias: novos polos de crescimento no interior dos estados; municípios de fronteira; municípios do arco de desmatamento da Amazônia; municípios com turismo predatório e municípios de violência tradicional. Veja nas fotos acima o ranking com as 30 cidades onde há mais mortes por armas de fogo. Estão disponíveis os dados de taxa média de mortes (entre 2010 e 2012), total de óbitos causados por armas de fogo e total de homicídios causados por armas de fogo.

2. 3 - Lauro de Freitas (BA) - 95,3 mortes por 100 mil habitantes entre 2010 e 2012