Dilma Rousseff: ex-presidente afirmou que prisão demonstra perseguição aos movimentos sociais (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de janeiro de 2017 às 13h35.
Última atualização em 2 de fevereiro de 2018 às 18h09.
São Paulo - A ex-presidente Dilma Rousseff emitiu nesta terça-feira, 17, nota considerando"inaceitável" a prisão do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, e disse que o ato representa uma perseguição aos movimentos sociais.
Boulos foi detido pela Polícia Militar após reintegração de posse em um terreno particular na Rua André de Almeida, em São Mateus, na zona leste de São Paulo, na manhã desta terça).
Segundo o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), ao menos 700 famílias moravam no local, conhecido como Ocupação Colonial em São Mateus. Boulos foi detido sob as acusações de desobediência civil e incitação à violência.
"A prisão do líder do MTST, Guilherme Boulos, é inaceitável. Os movimentos sociais devem ter garantidos a liberdade e os direitos sociais, claramente expressos na nossa Constituição cidadã, especialmente, o direito à livre manifestação", escreveu Dilma.
Para a ex-presidente petista, prender o líder evidencia um forte retrocesso. "Mostra a opção por um caminho que fere nossa democracia e criminaliza a defesa dos direitos sociais do nosso povo", afirmou.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ)manifestou pelas redes sociais apoio a Boulos, afirmando que o líder estava mediando conflitos em defesa dos direitos sociais.
"Mais uma prisão arbitrária da polícia de São Paulo que só confirma o estado de exceção que estamos vivendo", disse o senador. Outros parlamentares da oposição já haviam se manifestado na Câmara dos Deputados.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) disse que a prisão foi injusta e covarde. "A truculência da tropa de choque da Polícia Militar, que usou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra homens, mulheres, idosos e crianças na manhã desta terça-feira (17), foi absurda e desnecessária", afirmou.