Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, em 29 de maio (Andre Coelho/Bloomberg)
João Pedro Caleiro
Publicado em 7 de junho de 2019 às 12h44.
Última atualização em 7 de junho de 2019 às 12h46.
O IPCA de maio reforça que altas de março e abril eram concentradas em grupos voláteis e deixa muito claro que pressão era ditada por fatores sazonais e pontuais, diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Ratings, em entrevista por telefone.
O dado de maio ficou muito abaixo da média de 5 anos para o mês de maio, que era de 0,54% até 2018, segundo Agostini, mesmo com desempenho muito medíocre da economia no período.
Agostini não acredita que presidente do BC, Roberto Campos Neto, que está no Japão para o encontro do G-20, volte com uma opinião mudada a ponto de dar mote a um sinal de alívio monetário já em julho.
“Em sua fala recente, ele indicou que não pode trocar crescimento de curto prazo por inflação no futuro. Quando você está na cadeira do BC, as convicções são outras, parte para o lado do conservadorismo. Essa rigidez faz parte da cultura da política monetária no Brasil”
Se a reforma da Previdência for aprovada no plenário da Câmara antes do encontro do Copom, porém, Agostini acredita que discurso pode mudar e alívio poderia vir no fim da próxima reunião.
NOTA: Economista era a voz dissonante como o único que previa corte na Selic no encontro de maio do Copom; projeção do economista era de 0,13% para IPCA, confirmado com a divulgação do dado pelo IBGE