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Para 93% dos moradores de favela, vida vai melhorar em 2013

"Os moradores das favelas mostraram mais otimismo do que os brasileiros em geral", analisou um dos fundadores do instituto, Renato Meirelles


	Favelas em Niterói: 75% da população acredita que, daqui a dez anos, continuarão ou passarão a fazer parte da classe média, segundo pesquisa
 (Wikimedia Commons)

Favelas em Niterói: 75% da população acredita que, daqui a dez anos, continuarão ou passarão a fazer parte da classe média, segundo pesquisa (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2013 às 16h07.

Rio de Janeiro- Para 93% dos moradores de favela, a vida vai melhorar em 2014, segundo divulgou o Instituto Data Favela, em sua primeira Radiografia das Favelas Brasileiras, apresentada hoje (4).

Para encontrar esse resultado, a pesquisa ouviu 2 mil pessoas em 63 comunidades do país entre julho e setembro. "Os moradores das favelas mostraram mais otimismo do que os brasileiros em geral", analisou um dos fundadores do instituto, Renato Meirelles.

Também indicando otimismo, 76% disseram acreditar que a favela onde moram vai melhorar.

Por outro lado, 53% afirmaram já ter sofrido com falta de dinheiro para comprar comida. Além disso, cerca de 30% dos moradores de favelas brasileiras sofreram preconceito.

A pesquisa, que também usa dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Censo e da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), todos feitos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra uma evolução socioeconômica nas favelas, que, de 2003 a 2013, deixou de ter 65% de sua população na classe baixa para ter essa mesma proporção na classe média.

De acordo com a pesquisa, 75% acreditam que, daqui a dez anos, continuarão ou passarão a fazer parte da classe média, enquanto 10% têm a expectativa de ascender para a classe alta. Atualmente, 3% dos moradores de favela são da classe A, enquanto 32% são das classes D e E.


O crescimento da renda dessa população se reflete no acesso a bens: 99% já têm geladeira, eletrodoméstico que é seguido por ferro de passar (91%), celular (85%), máquina de lavar (69%), chuveiro elétrico (61%), micro-ondas (55%), secador de cabelo ou chapinha (49%), computador (47%), TV de plasma, LCD ou LED (46%), freezer (38%), forno elétrico (17%) e aparelhos de ar condicionado (14%).

Do total de lares, 28% já dispõem de TV por assinatura, 50% têm acesso à internet, 20% têm carro e 13%, moto.

Com base nas entrevistas, a pesquisa projeta que 1,1 milhão dos moradores de favela têm a intenção de comprar uma casa ou um apartamento nos próximos 12 meses, enquanto 1,2 milhão querem comprar um carro e 780 mil, uma moto.

Quando se trata de uma TV de plasma, LED ou LCD, 2,1 milhões pretendem adquirir em 12 meses, enquanto 1,7 milhão pensam em um notebook e 1,2 milhão, um tablet. Esse mercado, porém, não chegou às comunidades: 74% costumam comprar eletrodomésticos fora das favelas, sendo 40% em bairros distantes.

Apesar do consumo, os moradores se queixam da baixa qualidade dos serviços públicos e da violência, além de sofrerem com falta de acesso à cultura.

Dos pesquisados, 12% tinham ido ao cinema neste ano, 11% a shows e 2% ao teatro e a museus. O estudo também mostra que 38% dos lares em favelas não têm livros, contra 26% que têm mais de dez exemplares. Uma em cada 20 casas (5%) tem 51 livros ou mais.

Ainda assim, 70% dos moradores de favela veem a educação como uma forma de melhorar de vida, e 73% dos jovens estudaram mais anos do que os pais. Segundo a pesquisa, 1,4 milhão dos 11,7 milhões da população dessas áreas pretende fazer faculdade e 2,5 milhões planejam fazer um curso profissionalizante.

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