Papa Francisco manifestou preocupação com a situação de Lula, afirmou nesta quinta-feira em Roma o ex-chanceler brasileiro Celso Amorim (Denis Balibouse/Reuters)
AFP
Publicado em 2 de agosto de 2018 às 12h37.
Última atualização em 2 de agosto de 2018 às 12h39.
O papa Francisco manifestou preocupação com a situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso após uma condenação por corrupção, afirmou nesta quinta-feira em Roma o ex-chanceler brasileiro Celso Amorim.
"O Santo Padre nos ouviu e manifestou sua preocupação com a situação do presidente Lula, sua prisão e julgamento. Fez perguntas e mostrou muito interesse", disse Amorim, que foi o ministro das Relações Exteriores durante os oito anos de governo de Lula.
"Nos manifestou também sua preocupação com o que chamou de golpes de luva branca", completou Amorim, que foi recebido pelo papa no Vaticano ao lado do argentino Alberto Fernández, que foi chefe de gabinete dos ex-presidentes Nestor e Cristina Kirchner.
Várias personalidades já pediram a liberdade do ex-presidente brasileiro, preso desde abril e que lidera as pesquisas para as eleições de outubro.
"Nos contou que foi uma decisão sua, muito pessoal, de enviar a Lula um rosário", disse Amorim, que presenteou o papa com um livro de entrevistas do ex-presidente.
"Foi uma reunião afetuosa, franca e com muita liberdade", disse Fernández.
"Está preocupado com as repercussões que o caso de Lula tem na América Latina", afirmou.
O Partido dos Trabalhadores (PT) pretende lançar no sábado a candidatura de Lula à presidência. O ex-presidente cumpre desde abril uma pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção.
O ex-presidente (2003-2011), que tem outros cinco processos pendentes, defende sua inocência e considera que é vítima de um complô das elites para que não retorne ao poder.