Incêndios no Pantanal: somente na região do município de Corumbá, mais de 50 mil hectares de vegetação já foram queimados neste primeiro semestre (Governo do MS/Divulgação)
Clara Cerioni
Publicado em 21 de julho de 2020 às 11h33.
Última atualização em 21 de julho de 2020 às 12h16.
A região do Pantanal brasileiro registra neste ano o maior número de focos de queimadas em mais de duas décadas, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Entre 1º de janeiro e 20 de julho, satélites identificaram 3.197 focos de incêndio no bioma, o maior número desde o início da série histórica, em 1998.
Os focos de incêndio nesses sete meses do ano representam uma alta de 173% em relação ao mesmo período do ano passado. Em comparação com 1998, os registros apontam para um aumento de mais de 5.000%.
No Brasil, o Pantanal se localiza parte no estado de Mato Grosso (MT), que corresponde a 35% do bioma, e parte no estado de Mato Grosso do Sul (MS), com 65% da vegetação nativa. Atualmente, os focos de incêndio se intensificam principalmente no MS, segundo informações da Polícia Militar Ambiental local.
Somente na região do município de Corumbá, mais de 50 mil hectares de vegetação já foram queimados neste primeiro semestre do ano. Em nota, o comandante da PMA, tenente-coronel José Carlos Rodrigues, informou que o cenário é preocupante, já que alguns focos de incêndio seguem se ampliando.
"Os focos se espalham pela planície e muitos ocorrem em locais de difícil acesso, provavelmente por combustão espontânea. Mas estamos intensificando a nossa fiscalização, reforçando a equipe da unidade de Corumbá, e pedimos o apoio do comando da Polícia Militar para deslocamento de nossos homens por helicóptero, com a finalidade de identificar a queima criminosa e autuar na sequencia", disse o tenente na nota.