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Pandemia: Bolsonaro se reúne hoje com governadores e Congresso

Presidente pretende criar pacto nacional de combate à crise na saúde; Romeu Zema, governador de Minas Gerais, deve participar do encontro

Bolsonaro encontra-se nesta quarta com líderes do Congresso e governadores para debater a crise (EVARISTO SA / AFP/AFP)

Bolsonaro encontra-se nesta quarta com líderes do Congresso e governadores para debater a crise (EVARISTO SA / AFP/AFP)

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Carla Aranha

Publicado em 24 de março de 2021 às 06h00.

Última atualização em 24 de março de 2021 às 07h53.

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No dia que o Brasil deve atingir a marca de 300 mil mortos pela covid-19 e em meio a crescentes pressões a respeito da adoção de medidas mais eficazes no combate à pandemia, o presidente Jair Bolsonaro encontra-se nesta quarta-feira, dia 24, com os líderes da Câmara, do Senado, do Supremo Tribunal Federal e da Procuradoria Geral da República.

A reunião, marcada para esta manhã no Palácio do Planalto, foi pautada com o intuito de criar um pacto nacional para o enfrentamento do avanço do coronavírus.

Governadores considerados aliados de Bolsonaro ou próximos ao presidente foram convidados para o encontro. Segundo EXAME apurou, Romeu Zema (Partido Novo), de Minas Gerais, Ronaldo Caiado (DEM), de Goiás, Ratinho Junior (PSD), do Paraná, devem atender ao chamado do presidente. Também estão na lista Wilson Miranda Lima (PSD), governador do Amazonas, e Renan Filho (MDB), de Alagoas.

"Os governadores podem se ver em uma situação delicada caso a reunião não dê nenhum grande resultado concreto, como é esperado, já que eventualmente podem acabar sendo associados a uma espécie de linha de frente de apoio ao presidente Bolsonaro, mesmo que essa não seja a intenção", analisa o cientista politico André Cesar, da Hold Assessoria.

A reunião ganhou mais adesões entre a noite desta segunda e o início da terça. Praticamente todos os ministros resolveram participar. Paulo Guedes, da Economia, é um deles, ao lado de Tarcísio Gomes de Freitas, da Infraestrutura, e Ernesto Araújo, das Relações Exteriores. O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também deverá estar presente. Seu antecessor, o general Eduardo Pazuello, foi retirado de última hora da lista de participantes.

 

Ministros da ala militar, como Fernando Azevendo, da Defesa, e Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, também devem participar. Outros nomes previstos são Luiz Fux, Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado, e Arthur Lira (PP-AL), da Câmara dos Deputados.

Pacheco tem feito declarações contudentes sobre a gestão da crise. Durante um evento na Associação Comercial de São Paulo na segunda, dia 22, o líder do Senado afirmou que o negacionismo se tornou uma "brincadeira de mau gosto, macabra e medieval".

A carta aberta assinada por mais de 1.500 economistas, empresários e ex-membros do alto escalão do setor público também tem sido foco de pressão sobre o governo Bolsonaro ao cobrar medidas contundentes de enfrentamento à pandemia. 

Apoiado por nomes como Armínio Fraga e Ilan Goldfajn, ex-presidentes do Banco Central, e  Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles, co-presidentes do conselho de administração do Itaú Unibanco, o documento elenca quatro frentes de ação: acelerar o ritmo da vacinação; incentivar o uso de máscaras, implementar medidas de distanciamento no âmbito local com coordenação nacional; e criar mecanismos de coordenação do combate à pandemia em âmbito nacional.

Em Brasília, pairam dúvidas sobre o tom da reunião com os diferentes Poderes. Em um ambiente de elevada tensão, em que o país bate recordes de mortes e há carência de insumos hospitalares como anestésicos, a avaliação é que talvez haja pouco espaço para uma tentativa de pacto nacional em torno de medidas homogêneas para estancar o cenário dramático na saúde.

Caso o encontro se revele inócuo ou mal-sucedido, pode vir mais chumbo contra o Palácio do Planalto, segundo fontes próximas ao Congresso.


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