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Palocci fica frente a frente com Moro

Palocci será interrogado em ação penal sobre lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva

Antonio Palocci: ex-ministro teria atuado para favorecer a Odebrecht em contrato da Petrobras (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Antonio Palocci: ex-ministro teria atuado para favorecer a Odebrecht em contrato da Petrobras (Rodolfo Buhrer/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de abril de 2017 às 11h01.

O ex-ministro Antonio Palocci (Governos Lula e Dilma/Fazenda e Casa Civil) presta depoimento nesta quinta-feira, 20, ao juiz federal Sérgio Moro. A audiência está marcada para ter início às 10h.

Palocci será interrogado em ação penal sobre lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva relacionados à obtenção, pela empreiteira Odebrecht, de contratos de afretamento de sondas com a Petrobrás.

Também prestará depoimento Branislav Kontic, ex-assessor e braço direito do ex-ministro.

Segundo a denúncia, entre 2006 e 2015, Palocci estabeleceu com altos executivos da Odebrecht "um amplo e permanente esquema de corrupção" destinado a assegurar o atendimento aos interesses do grupo empresarial na alta cúpula do governo federal.

O Ministério Público Federal aponta que no exercício dos cargos de deputado federal, ministro da Casa Civil e membro do Conselho de Administração da Petrobras, Palocci interferiu para que o edital de licitação lançado pela estatal e destinado à contratação de 21 sondas fosse formulado e publicado de forma a garantir que a Odebrecht não obtivesse apenas os contratos, mas que também firmasse tais contratos com margem de lucro pretendida.

'Interlocutor financeiro'

Em depoimento ao juiz Moro na terça-feira, 18, a empresária e delatora da Lava Jato Monica Moura apontou Palocci como o interlocutor financeiro dela e do marido João Santana, marqueteiro de campanhas eleitorais do PT, dentro do partido.

"Sempre o Antonio Palocci. Sempre, desde 2006, a primeira campanha que a gente fez, não é a primeira para o partido, mas a campanha da reeleição do presidente Lula, que foi em 2006, meu interlocutor para discutir valores, enfim, negociar campanha, foi o Palocci. Até 2012. Em 2014, ele já não estava, ele já não entrou", relatou.

Na ocasião, a defesa de Palocci afirmou que, no interrogatório desta quinta, o ex-ministro "terá oportunidade de expor, detalhadamente, todos os fatos abrangidos por esta ação penal que, não se deve esquecer, versa apenas sobre influência na licitação das 29 sondas e também pagamento de caixa 2 para o sr. João Santana e sua sócia e mulher, Mônica Moura".

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