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País vive epidemia de dengue, reconhece Chioro

Segundo ministro da Saúde, epidemia de dengue está concentrada em nove estados


	Arthur Chioro: "O Brasil vive situação de epidemia concentrada em nove estados, que são os que têm mais de 300 casos por 100 mil habitantes”, declarou
 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Arthur Chioro: "O Brasil vive situação de epidemia concentrada em nove estados, que são os que têm mais de 300 casos por 100 mil habitantes”, declarou (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2015 às 19h12.

São Paulo - O ministro da Saúde, Arthur Chioro, confirmou hoje (4), na capital paulista, que o país enfrenta uma epidemia de dengue.

“Nós temos 745.957 casos até 18 de abril. Sabemos que esse número aumentará. O Brasil vive situação de epidemia concentrada em nove estados, que são os que têm mais de 300 casos por 100 mil habitantes”, declarou, após participar de encontro na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) com empresas de biotecnologia.

Ele destacou que apenas três estados tiveram redução dos casos de dengue neste ano em relação a 2014: Espírito Santo, Distrito Federal e Amazonas.

Chioro destacou que houve elevação em praticamente todo o país, na comparação com 2014, sobretudo, porque ele foi um ano “excepcionalmente bom” em relação à dengue. “Tivemos redução do número de casos, de ocorrências graves, dos óbitos. De certa forma, em algumas localidades, o bom ano passado fez com que se desarmasse a mobilização da sociedade e de algumas ações”, avaliou. 

Em relação ao mesmo período de 2014, houve aumento de 234,5%. O ministro comparou a situação deste ano também com 2013, quando no mesmo período haviam sido registradas 1,4 milhão de casos da doença. “Nós ainda temos uma redução de 48% [sobre 2013]”, disse.

São Paulo tem mais da metade dos casos do país. Dos 745,9 mil casos, 401 mil ocorreram no estado paulista, assim como as mortes (169 das 229 registradas no país).

Em termos proporcionais, a pior situação é do Acre, com 1.064 casos por 100 mil habitantes, seguido por Goiás (968 por 100 mil/hab), São Paulo (911 por 100 mil/hab), Mato Grosso do Sul (462 por 100 mil/hab) e Tocantins (439 por 100 mil/hab).

O ministro apontou que é fundamental olhar os estados, pois isso define o plano de contingência. “O fato de termos uma situação epidêmica nacionalmente, não muda em absolutamente nada o plano de contingência, a estratégia de controle, a gravidade”, reforçou.

O ministro explicou que a tendência é de diminuição da dengue, com a chegada do inverno. “Em alguns estados, isso já se observa. As temperaturas começam a cair e as medidas de controle estão funcionando”, apontou.

Embora o frio ajude a diminuir o impacto da doença, as estatísticas ainda devem indicar crescimento. Isso ocorre porque as próximas divulgações incluirão o restante de abril e maio.

Ele destaca que é preciso manter as ações de prevenção, mesmo com a diminuição dos casos. “É possível que em muitos estados se interrompa em definitivo, até o início do verão. Isso não significa que a dengue deixou de ser uma preocupação”, destacou.

Entre os fatores que explicam a situação epidêmica neste ano, além do desarme pelos bons resultados do ano passado, Chioro disse que os eventos climáticos anteciparam o início da doença. “Tivemos um adiantamento que nós não sabemos se vai ter encerramento mais rápido do que nos anos anteriores. Vamos ter que esperar as próximas semanas”, apontou.

Ele destacou ainda a crise hídrica, que favoreceu a armazenagem de água, sem a devida proteção. “No Nordeste, que tem intermitência no abastecimento, conseguíamos identificar maiores criadouros nos lugares onde as pessoas armazenavam água. No Sudeste, é um fenômeno novo. A gente percebeu aumento”, disse.

O ministro disse ainda que pediu prioridade à Agência Nacional de Vigilância Sanitária nos encaminhamentos relacionados à vacina contra a dengue. “Seria grande ganho para o Brasil e para mundo se chegássemos a uma vacina eficaz e segura. É a intenção do ministério, tanto que temos investimentos no Instituto Butantan, na Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz], no sentido de estabelecer parcerias para produção desta vacina, mas não podemos queimar etapas”, ponderou.

Apesar de apostar na vacina como medida de prevenção, ele disse que considera um equívoco alimentar esperanças na população de que se terá uma vacina já nos próximos meses.

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