Brasil

País tem tudo para avançar na saúde, mas precisa arrumar a casa

Velhos problemas do Brasil empacam desenvolvimento que as novas tecnologias podem trazer para a área de saúde

Debate sobre mundo digital e saúde realizado no EXAME Fórum Saúde, com participação de André Lahóz Mendonça de Barros, diretor editorial do Grupo EXAME, Jeane Tsutsui, diretora executiva para áreas médica, ténica e de P&D do Grupo Fleury, e Charles Al Odeh, diretor médico da Américas Serviços Médicos/UHG Brasil (Germano Luders/Exame)

Debate sobre mundo digital e saúde realizado no EXAME Fórum Saúde, com participação de André Lahóz Mendonça de Barros, diretor editorial do Grupo EXAME, Jeane Tsutsui, diretora executiva para áreas médica, ténica e de P&D do Grupo Fleury, e Charles Al Odeh, diretor médico da Américas Serviços Médicos/UHG Brasil (Germano Luders/Exame)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 7 de novembro de 2017 às 14h53.

Última atualização em 7 de novembro de 2017 às 16h06.

São Paulo – As inovações tecnológicas abrem uma janela de oportunidade para o Brasil avançar após anos de atraso na área de saúde. No entanto, o país precisa fazer a lição de casa e resolver velhos problemas que empacam o desenvolvimento como nação, segundo especialistas que participaram na manhã desta terça-feira (7) em mais uma edição do EXAME Fórum Saúde.

Um exemplo desses entraves são as políticas de aprovação do uso de novas ferramentas de saúde no país. “A tecnologia já está estabelecida lá fora, mas demora de dois a três anos para a ANVISA validá-la. Em vez de validar cada tecnologia, a gente deveria validar quem valida”, afirmou Charles Al Odeh, diretor médico da Américas Serviços Médicos/UHG Brasil.

Outro exemplo da visão arcaica que rege as políticas de saúde no Brasil é a proibição de teleconsultas sem que haja a presença de um médico nas duas pontas – um entrave diante de uma solução que poderia expandir o acesso em áreas remotas do país.

Assista à íntegra do EXAME Fórum Saúde:

Do lado dos profissionais de saúde, já houve resistência à incorporação de novas tecnologias, dizem os debatedores. Mas, pouco a pouco, isso tem sido substituído pela percepção dos ganhos que essas ferramentas podem trazer para a prática médica.

“A tecnologia pode dar suporte à decisão do médico e liberá-lo de ações repetitivas para atividades mais complexas”, enumerou a cardiologista Jeane Tsutsui, diretora-executiva para as áreas médica, técnica e de pesquisa & desenvolvimento do Grupo Fleury.

A questão, nesse ponto, segundo os especialistas, é preparar os profissionais de saúde para esse novo cenário. “Essa nova geração já chega digital, espero que a faculdade de medicina não a torne totalmente analógica de novo”, ponderou Al Odeh.

Jeane Tsutsui alertou também para a tendência brasileira de implementar soluções que visam apenas a problemas pontuais. "A saúde merece um ponto de vista de longo prazo. O problema de curto prazo deve nos impulsionar, mas a saúde merece um ponto de vista de longo prazo", afirmou.

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