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Brasil reduziu emissões da dívida pública em novembro

Expectativa pela alta da taxa Selic levou à queda, explica analista do Tesouro

O Brasil arrecadou R$ 19,5 bilhões em leilões tradicionais de títulos no mês (Lia Lubambo/EXAME)

O Brasil arrecadou R$ 19,5 bilhões em leilões tradicionais de títulos no mês (Lia Lubambo/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2010 às 17h04.

Brasília – A expectativa de reajuste na taxa básica de juros nos próximos meses fez o governo federal diminuir as emissões de títulos da dívida pública em novembro, afirmou o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido. No mês passado, o Tesouro Nacional emitiu, nos leilões tradicionais, R$ 19,5 bilhões em títulos. Foi o menor volume desde maio, quando haviam sido lançados R$ 13,4 bilhões.

Segundo Garrido, ao avaliarem que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevará a taxa Selic no início de 2011, os investidores pedem juros mais altos para aceitarem os títulos do Tesouro Nacional. Para não aceitar as taxas maiores, que prejudicam a administração da dívida pública, a equipe econômica muitas vezes opta por não emitir os papéis em momentos de volatilidade.

“Essa é uma política nossa: não sancionar os juros pedidos pelo mercado em momentos de alta nas taxas”, afirmou o coordenador. Ele também declarou que o Tesouro está com caixa suficiente para pagar os vencimentos neste e nos próximos meses. “Temos tranquilidade de que as metas do PAF [Plano Anual de Financiamento] serão atingidas em 2010”, ressaltou. Divulgado no início do ano, o PAF estabelece parâmetros para a dívida pública no fim de 2010.

Embora a emissão em novembro tenha sido baixa em relação a outros meses, a dívida pública interna mobiliária (em títulos) interna aumentou R$ 21 bilhões no último mês. Isso ocorreu porque os resgates de papéis foram menores que os lançamentos e porque os reconhecimentos de juros somaram R$ 15,94 bilhões.

Em novembro, 58,9% das emissões foram em títulos prefixados, que têm juros definidos no momento do lançamento do papel. Num momento de expectativa de alta dos juros, esses papéis podem representar custos mais altos para o Tesouro Nacional do que os títulos corrigidos pela taxa Selic. No entanto, o coordenador-geral de Controle da Dívida Pública, Antônio de Pádua, afirmou que a estratégia não representa risco para a administração da dívida.

“As taxas dos títulos prefixados trazem embutido um prêmio de seguro para o Tesouro ter menos volatilidade. Se a Selic subir muito no futuro, temos seguro contra isso”, argumentou. Esse plano, no entanto, só evita prejuízo para o Tesouro se a taxa Selic subir para um nível maior que o dos papéis prefixados.

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