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País faz menos mamografias e Papanicolau

O resultado vai na contramão do plano apresentado há mais de dois anos pela presidente Dilma Rousseff para a saúde


	Enfermeira conduz uma paciente durante mamografia: de janeiro a julho, 1,89 milhão de mamografias foram feitas no País, ante 1,94 milhão em 2012
 (Mychele Daniau/AFP)

Enfermeira conduz uma paciente durante mamografia: de janeiro a julho, 1,89 milhão de mamografias foram feitas no País, ante 1,94 milhão em 2012 (Mychele Daniau/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de novembro de 2013 às 09h15.

Brasília - O Sistema Único de Saúde (SUS) registrou queda no número de mamografias e de exames para diagnóstico de câncer de colo de útero, o Papanicolau, no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2012.

O resultado, considerado negativo por especialistas, vai na contramão do plano apresentado há mais de dois anos pela presidente Dilma Rousseff para prevenção, diagnóstico e tratamento dessas duas doenças.

Nenhum Estado atingiu até agora a meta de realizar exames em 65% da população feminina na faixa etária entre 50 e 69 anos, considerada de maior risco. A expectativa era a de que a marca fosse atingida até 2014. Diante do cenário atual, o Ministério da Saúde refaz os cálculos e admite que o objetivo será atingido somente em 2015.

"Eticamente, o correto seria ofertar mamografia para 100% das mulheres com idade considerada de risco", criticou o secretário de Gestão Participativa da Saúde do Ministério da Saúde, Luiz Odorico Monteiro de Andrade, em uma reunião onde os números foram discutidos. "É preciso deixar esses dados sempre à mostra, para ficarmos indignados", completou.

De janeiro a julho, 1,89 milhão de mamografias foram feitas no País, ante 1,94 milhão em 2012. Quando se analisa a faixa etária considerada de maior risco, os números praticamente não mudam: 433 exames a mais do que no ano passado.

Mas durante a divulgação da campanha Outubro Rosa, que alerta sobre a necessidade do diagnóstico do câncer de mama, a pasta omitiu a tendência de queda. Preferiu comemorar ao fazer uma comparação dos dados de 2010 a 2012, que indicavam um aumento de 37% nos exames.

"Somente diante da realidade é possível identificar erros, corrigir caminhos", alertou o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Evânio Garcia Wiernann.


Ao jornal O Estado de S. Paulo, Patrícia Chueri, da Coordenação Geral de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas do Ministério da Saúde, garantiu que os indicadores não preocupam.

"Tradicionalmente, o primeiro semestre apresenta uma produção menor", disse, na sexta. Quando apresentou as estatísticas a gestores, no entanto, Patrícia criticou os resultados alcançados e afirmou ser necessário melhor desempenho.

Entre 2011 e 2012, o número de exames para diagnóstico de câncer de colo de útero caiu 4,6%: passou de 11,4 milhões para 10,9 milhões. Questionada pela reportagem, Patrícia afirmou que a redução não é significativa.

A coordenadora argumentou que, graças ao melhor desempenho de áreas com maior concentração populacional, o Brasil vai atingir até 2014 a meta de realizar o exame de Papanicolau em 75% das mulheres na faixa etária entre 25 e 64 anos.

Uma das principais críticas feitas por Patrícia na reunião foi direcionada à baixa produção do Papanicolau. Foram coletadas 8,8 milhões de amostras para exame. Deste total, no entanto, apenas 4,7 milhões foram efetivamente analisadas, o equivalente a 53% do total de amostras.

Ao ser questionada pelo Estado, no entanto, ela ponderou que o dado de 8,8 milhões pode estar superestimado. O pagamento é calculado a partir da realização do exame. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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