O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes: "essas são planilhas de acompanhamento do COI. Eu tenho as minhas. Todas essas obras estão em execução", avisou (GettyImages)
Da Redação
Publicado em 24 de abril de 2014 às 22h12.
Rio - O prefeito do Rio, Eduardo Paes, voltou a defender nesta quinta-feira a preparação da cidade para a Olimpíada de 2016, que há três semanas recebeu duras críticas de dirigentes de federações esportivas internacionais. Ele também classificou como normal a visita do diretor executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI) para os Jogos Olímpicos, Gilbert Felli, que está no Rio desde a noite de quarta.
Eduardo Paes participou nesta quinta-feira de uma videoconferência com jornalistas transmitida ao vivo pelo portal de vídeos Youtube. Na entrevista, voltou a afirmar que o cronograma para os Jogos de 2016 está em dia, a despeito de um relatório interno do COI, do fim do ano passado, que apontou atrasos em obras de infraestrutura, como a Transolímpica. "Essas são planilhas de acompanhamento do COI. Eu tenho as minhas. Todas essas obras estão em execução", avisou o prefeito.
A Transolímpica é uma via que se estenderá por 23 quilômetros e ligará a Barra da Tijuca ao Complexo Esportivo de Deodoro. A obra tem custo estimado em R$ 1,5 bilhão e prevê 18 estações do BRT. O prefeito destacou a importância da via com uma ironia: "Quem só anda na zona sul vai ter dificuldade em entender o que significa a Transolímpica. Só vai ver quando passar de avião indo a São Paulo".
O prefeito fez questão de ressaltar que não vê absolutamente nada de mais na presença no Rio de Gilbert Felli, nomeado pelo COI como uma espécie de interventor, que tem participado de uma série de reuniões na sede do Comitê Organizador dos Jogos. "Eu não vejo como problema. Não vou fazer uma bravata nacionalista, anti-imperialista", disse. "O Felli é um sujeito extremamente correto e educado, que não solta as palavras ao vento, e eu vejo o COI como uma entidade séria."
Apesar do clima ruim que se instalou na preparação para a Olimpíada, Eduardo Paes disse que entende as cobranças do COI. "Por que ganhamos a Olimpíada, se não tínhamos a infraestrutura de Chicago, Madri ou Tóquio? Ganhamos porque o impacto que os Jogos poderiam trazer para nós era maior do que naquelas cidades", lembrou.
Ele também voltou a responder às cobranças do presidente da Federação Internacional de Tênis, Francesco Ricci Bitti, que também representa as demais federações das modalidades olímpicas no COI. "Ele queria um estádio de tênis com 20 mil lugares. Eu disse que o Rio não precisava e estamos fazendo um de dez mil", frisou Eduardo Paes. "Não vamos entregar estádios glamourosos para virarem elefantes brancos, como na China (sede olímpica em 2008)."